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    Laís Vitória Cunha de Aguiar

    Aos 16 anos passou a escrever para a ONG australiana Climate Tracker, que treina jovens para serem jornalistas climáticos, e com isso publicou para a EcoDebate e outros meios de comunicação. Participou dos Jornalistas Livres como freelancer e por um ano do Mídia Ninja. Publica eventualmente no Brasil 247 e Brasil De Fato. Formada em Línguas Estrangeiras Aplicadas ao Multilinguismo no Ciberespaço e coordena o Parlamento Mundial da Juventude no Brasil.

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    Encontro internacional da juventude reúne jovens do sul global e organizações do BRICS

    Encontro teve por objetivo discutir os temas do G20 por meio de oficinas e plenárias para jovens do Ensino Médio público de Belo Horizonte

    (Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil )

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    Do dia 12 ao dia 14, foi organizado pelo Parlamento Mundial da Juventude, projeto de extensão da Universidade de Brasília (UnB), e pelo governo de Minas Gerais (secretaria da SEDESE), o Encontro Internacional da Juventude (Global Youth Meeting), que teve por objetivo discutir os temas do G20 por meio de oficinas e plenárias para jovens do Ensino Médio público de Belo Horizonte. O encontro também contou com o apoio institucional do SESC-MG, do coletivo de jovens Engajamundo, e do COMJUVE de Belo Horizonte, tendo tido como representante seu atual presidente. Este se inseriu na Semana das Juventudes, patrocinado pelo governo de Minas Gerais e subsidiado por uma lei estadual sobre o tema.

    Foram selecionados 16 jovens de diferentes locais do Brasil e do mundo para ganharem a hospedagem no hotel do SESC de Contagem e café da manhã. Com isso, esses jovens puderam discutir sobre combate à pobreza, mudanças climáticas, e território multipolar, além de auxiliarem em oficinas específicas para jovens do Ensino Médio. Participaram jovens do Haiti, da Colômbia, Argentina, Japão, além do grupo de estudos sobre a China da Universidade de Brasília (GECHINA). Da parte do Conselho de Juventude de Belo Horizonte (COMJUVE), o presidente municipal Patrick Cesário fez uma fala sobre o combate à pobreza. De maneira remota, também tivemos a participação de organizações russas para a juventude, como o Youth BRICS Office (@youthbrics73), e o Center for International Interaction and Cooperation (@ciic). No segundo dia, o encontro foi honrado com a presença e participação da cônsul honorária da Rússia no Brasil, senhora Carolina Bernardes.

    No primeiro dia, a abertura do encontro contou com dois momentos: O primeiro, em que as organizações e o governo tiveram um breve momento de fala, explicando sobre o que se tratava o evento e a importância deste, e o segundo, em que alguns jovens foram convidados a fazer breves falas sobre os temas já citados acima. O público alcançou cerca de 100 jovens de Ensino Médio.

    Sobre o encontro, a jovem do povo Kankuamo da Sierra Nevada de Santa Marta (SNSM na Colômbia), compartilhou que: " Estou muito feliz de ter participado no encontro da juventude no estado de Minas Gerais, Brasil. Neste espaço pude falar sobre as mudanças climáticas e compartilhar como estão afetando os povos indígenas na Colômbia, mas também o chamado de nossos mais velhos para colocar a Mãe Terra como central, e não a humanidade. Sei que a partir da América Latina, a juventude e sua diversidade étnica podem seguir tecendo redes fortes."

    Já com relação a Argentina, a jovem Celina Marín, peronista, enfatizou como as políticas de direita do governo de Milei estão piorando a pobreza e desigualdade em seu país: “para mim foi uma experiência muito enriquecedora poder participar, aprendi muito sobre outras culturas e sobre a situação política, social, econômica de outros países como Colômbia e Japão, e mesmo sobre o Brasil. Creio que a partir das problemáticas que atravessam esses países e que nós atravessamos enquanto juventude, é muito importante podermos nos encontrar, dialogar, debater, compartilhar sobre os nosso caminhos e o que podemos fazer juntos no futuro para construir países mais justos, equitativos e com justiça social.” - Para ver a fala completa da jovem, clique neste link: https://youtu.be/wCR8V_uMqQw

    Na parte da tarde, além de oficinas concedidas pelo SESC, a oficina A Cidade do Futuro é Ancestral teve por objetivo trazer os jovens do Ensino Médio para sonhar sobre outras possíveis realidades para as cidades em que vivemos, especialmente do ponto de vista dos povos indígenas. Todos os jovens selecionados auxiliaram na realização da oficina, especialmente os jovens indígenas Oziel Ticuna e Rosa Martinez. Participaram cerca de 100 estudantes divididos em grupos de 10.

    No segundo dia, começamos com uma sessão em que os jovens estrangeiros apresentaram seus países aos jovens do Ensino Médio, focando especialmente em desmistificar estereótipos dos países. Nesta sessão participaram cerca de 200 jovens do Ensino Médio, e em cada sessão havia uma escola diferente. Também tivemos uma oficina de estamparia com foco na Colômbia, seus povos originários, e produção dos jovens participantes.

    Nas falas dos jovens Jacky Mathieu Kenderloude Simeon, do Haiti, foi pautada a luta anti-escravista do Haiti e a libertação das Américas do jugo europeu: “Como envolvido na comunidade haitiana em São Paulo, fiquei honrado de ter participado do GYM. Durante esse encontro com os jovens em BH, fiquei maravilhado pelo entusiasmo e pela vontade deles em explorar e debater temas globais que moldam o futuro do planeta. Nos últimos anos, tenho tido o privilégio de conviver com muitos adolescentes e jovens haitianos em São Paulo, que vivem uma rica experiência de hibridismo cultural. Participar deste evento ampliou meu entendimento sobre os direitos dos adolescentes no Brasil, o que podia passar para os jovens haitianos aqui em SP. Mas também me deu a oportunidade de compartilhar um pedaço da cultura haitiana com os jovens brasileiros, criando uma troca que foi tão enriquecedora quanto inspiradora.”

    Já a fala de Raquel Suzuki, do Japão, focou especialmente na sua região de origem e nas oportunidades de bolsa concedidas pelo governo japonês. Na parte da tarde, focada em uma discussão sobre os diferentes temas, mas com foco maior na multipolaridade, as duas organizações russas parceiras participaram, além da cônsul honorária Carolina Bernardes. Em uma fala introdutória, um dos representantes do Parlamento Mundial da Juventude, Leonardo Nascimento, explicou um pouco para os jovens sobre o que é multipolaridade, o que é o BRICS, e como isso se aproxima da realidade deles enquanto jovens periféricos.

    Todos os dias nós fizemos questões para os jovens e introduzimos conceitos importantes para o entendimento das relações internacionais, como o que é diplomacia, sistema de governança. Após essa breve introdução, a cônsul honorária da Rússia, senhora Carolina Bernardes, aprofundou as questões sobre o BRICS e sistema de governança global.

    Na fala de Maria Prokofieva, do Center for International Interaction and Cooperation, foi explorada a questão da multipolaridade, dos países do BRICS e também de oportunidades para jovens, especialmente com o programa para jovens políticos, Congress of Youth Wings of Political Parties (inscrição disponível neste link https://forms.yandex.ru/cloud/66b21db7068ff0bf31d7dad7/).

    Já o Youth BRICS Office, representado por Olga Vlasova, se focou em um projeto em desenvolvimento, BRICS Melody, que entre vários objetivos almeja discutir as músicas típicas dos países do BRICS e trazer músicos dos diferentes países para trocar experiências.

    Os jovens da Argentina e Colômbia também passaram pelos seus temas, novamente mostrando as perspectivas e realidades de seus países em relação ao combate à pobreza e mudanças climáticas. Essa foi a última mesa do evento, extremamente importante para a discussão posterior dos temas e carta que ainda está sendo elaborada pelos jovens do Parlamento Mundial da Juventude.

    Assim, o evento conseguiu integrar uma enorme gama de jovens a partir de temas importantíssimos para a soberania de nosso país (combate à pobreza, mudanças climáticas, mundo multipolar), trazer organizações internacionais que buscam uma nova ordem mundial, e semear novos projetos para o sul global.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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