TV 247 logo
    Pedro Uczai avatar

    Pedro Uczai

    Mestre em história, professor e deputado federal pelo PT/SC

    29 artigos

    HOME > blog

    Energia não é mercadoria!

    Permitir a privatização da Eletrobras é fechar os olhos para a segurança energética da população brasileira e abrir mão da soberania nacional sobre recursos naturais, especialmente o controle dos nossos rios e da nossa água

    Sede da Eletrobras no centro do Rio de Janeiro. 20/09/2014. REUTERS/Pilar Olivares (Foto: Pedro Uczai)

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    A segunda-feira 16 de abril foi escolhida pelos trabalhadores e trabalhadoras do setor elétrico brasileiro como o Dia Nacional de Luta Contra a Privatização da Eletrobras. Atos, paralizações e manifestações foram programadas para repudiar a tentativa de venda da maior empresa de energia elétrica da América Latina, em mais uma demonstração de que a população brasileira não aceita a transferência do patrimônio público para a iniciativa privada.
     
    A Eletrobras é responsável por mais da metade da energia elétrica consumida no País. A estatal controla 47 usinas hidrelétricas, 114 térmicas e 69 eólicas, além de distribuidoras de energias em 6 estados. Em outras palavras, uma empresa com presença em todo o Brasil evidencia a sua importância estratégica. 
     
    Estudos conduzidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que a privatização da Eletrobras resultará em um aumento inicial de tarifa na casa dos 17%, sendo que alguns especialistas do setor afirmam que os reajustes podem ser superiores a 70%. 
     
    Mas não é só isso. A tarifa social, que garante descontos para consumidores de baixa renda e beneficia mais de 8 milhões de famílias, será extinta de acordo com a nota técnica nº 5, proveniente da consulta pública nº 33, que altera o marco regulatório do setor elétrico. 
     
    Entretanto, a luta empreendida pela população brasileira contra mais este crime de lesa-pátria do governo ilegítimo de Michel Temer tem surtido efeitos. O projeto de lei com a proposta de venda da estatal tem encontrado grande resistência dentro do Congresso Nacional. Parlamentares de diferentes legendas e regiões do Brasil estão unidos na defesa de uma Eletrobras pública e eficiente.
     
    Este fato gerou, inclusive, a expectativa de uma atitude autoritária por parte de Temer com a edição de um decreto para efetivar a venda do setor elétrico, atropelando prerrogativas do Congresso Nacional em mais uma demonstração de desrespeito à Democracia e às instituições iniciados com o golpe de Estado perpetrado em 2016. 
     
    Permitir a privatização da Eletrobras é fechar os olhos para a segurança energética da população brasileira e abrir mão da soberania nacional sobre recursos naturais, especialmente o controle dos nossos rios e da nossa água, bem valioso e alvo da cobiça do capital internacional, diluído dentro da tentativa de entregar o setor elétrico brasileiro para a iniciativa privada. Energia não é mercadoria!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: