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    Bepe Damasco

    Jornalista, editor do Blog do Bepe

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    Estratégia do mercado e da mídia corporativa contra Lula é brigar com a realidade

    "Na agenda de 2025 não pode faltar uma política de enfrentamento mais contundente da extrema-direita, do rentismo e da mídia corporativa"

    (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

    Construindo um mosaico de empulhação, ao lançar fake news sobre a economia dia após dia, a imprensa corporativa, reverberando os interesses do mercado financeiro, age para que os brasileiros desviem sua atenção dos avanços econômicos do governo Lula e passem a acreditar que o Brasil vive uma crise econômica.

    Uma vez ou outra são obrigados a se render aos fatos, como na reportagem de O Globo de domingo passado, mostrando que, em apenas dois anos, Lula já atingiu um dos principais objetivos de  seu governo que é transformar o Brasil em um país em que a maioria das pessoas tenham renda de classe média. Mas isso foi um ponto fora da curva. O padrão é o bombardeio incessante.

    Pouco importa se o desemprego de 6,1% seja o menor da série histórica da PNAD Contínua do IBGE. De nada vale o crescimento do PIB, que vai beirar os 4% em 2024. O número recorde na história de pessoas ocupadas também é questão menor, assim como a inflação controlada, mesmo oscilando no segundo semestre devido a fatores climáticos e, portanto, sazonais.

    Tampouco merece destaque a constatação de que o país caminha a passos largos para erradicar a fome, outra vez em um governo petista, até o fim do mandado do presidente Lula. O fato de 58 milhões de pessoas terem dito em pesquisa que pretendem viajar pelo Brasil neste verão igualmente não tem a menor importância, bem como as redes hoteleiras transbordando de gente nas festas de fim de ano. 

    Vale tudo para impedir que Lula capitalize os avanços econômicos rumo às eleições de 2026.  E, para isso, é preciso, sobre pau e pedra, disseminar a narrativa que tudo vai mal, porque "os agentes do mercado desconfiam do compromisso fiscal do governo."

    O dólar nas alturas e a subida dos juros cumprem o papel de tentar fazer o governo se render e renunciar à soberania conferida pelo voto popular. Governos de qualquer país do planeta seriam minimamente reconhecidos pela imprensa caso apresentassem resultados apenas próximos aos alcançados pelo Brasil.

    Por aqui, as dificuldades do governo no Congresso Nacional, já que a direita e a extrema-direita têm a imensa maioria entre deputados e senadores, são usadas para se pintar um quadro de fim de mundo para o governo.

    A cobertura política do cartel da mídia adota como lema "nada vai dar certo", ou melhor "nada pode dar certo" para o governo, especialmente em um ano pré-eleitoral. Embalados pelo resultado das eleições municipais, quando a direita não bolsonarista obteve expressiva votação, comentaristas e analistas da GloboNews enxergam finalmente a chance de emplacar na presidência um candidato tipo Tarcísio de Freitas.

    Como entendem tanto de política quanto eu de química quântica, misturam jaca com banana e fazem uma transposição mecânica dos humores que movem o eleitorado em um pleito municipal para a eleição para presidente.

    Tudo leva a crer, porém,  que vão quebrar a cara de novo, porque se a economia continuar na toada atual e o governo melhorar sua comunicação, ampliar seu apoio no Congresso Nacional e entender que a disputa política deve ser travada todos os dias, Lula é franco favorito para conquistar seu quarto mandato no ano que vem. 

    E não é só a presidência que deve ser tratada como prioridade. Chega a ser um  milagre, como diz o ex-ministro José Dirceu, que Lula consiga governar em um período contrarrevoluciomário na sociedade brasileira e no mundo, e com uma base congressual tão tênue.

    Mas estamos chegando ao limite dessa situação. É essencial eleger uma bancada progressista mais numerosa na Câmara dos Deputados e , especialmente, no Senado, eleição que está sendo vista como prioritária pela extrema-direita, na esperança de fustigar o Poder Judiciário e até votar impeachment de juízes do Supremo. 

    Na agenda de 2025 não pode faltar uma política de enfrentamento mais contundente da extrema-direita, do rentismo e da mídia corporativa, não só por parte do governo, mas também do PT, demais partidos de esquerda e movimentos sociais. 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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