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Donizeti Nogueira

Ex-senador pelo PT do Tocantins

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Eu reconheço como legítimas as eleições da Venezuela: Maduro presidente!

"O que está acontecendo com Venezuela, neste momento, é uma grande chantagem"

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro 31/07/2024 (Foto: REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria)

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O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela decidiu que Nicolás Maduro foi eleito! A  oposição e seus asseclas, comandados pelos Estados Unidos da América, não reconheceram os resultados, repetindo a ladainha de sempre: o resultado só é lícito quando eles ganham. Foi assim em todas as eleições na Venezuela, na eleição da Dilma Rousseff e na terceira vitória do presidente Lula, em 2022.

Com a presidenta Dilma, com a vitória dela em 2014, perpetraram o golpe de 2016. No terceiro mandato do presidente Lula tentaram, mas não conseguiram. Porém, é preciso lembrar que turma do mesmo naipe deu um golpe na Bolívia, afastando Evo Morales, presidente legitimamente eleito. Então, eu reconheço a eleição da Venezuela como legítima e Nicolás Maduro como presidente.

Reconheço também que é muito difícil mostrar ao mundo a realidade venezuelana, diante da falsa versão colocada pelos meios de comunicação tradicionais, aliados ao combalido “império norte-americano”, ainda mais agora com a incorporação de novos elementos usados para distorção da realidade, como os algoritmos e a inteligência artificial, nesse território sem lei chamado redes sociais.

Alguns vão dizer que é uma ditadura. “O povo está saindo de lá!”.  Bem, se é uma ditadura, por que precisou fazer eleição? Mas concordo: a Venezuela está submetida a uma ditadura, mas não a dos bolivarianos, mas a do covarde bloqueio econômico dos EUA e de seus lacaios. Esse bloqueio econômico sim, é uma ditadura que submete o povo ao sofrimento, e, leva muitas vezes à necessidade endurecimento do governo bolivariano para defender a soberania do país. 

E essa ditadura, do bloqueio econômico, não tem nada a ver com a defesa do bem-estar do povo venezuelano ou com a democracia. Tem sim a ver com a pirataria estadunidense que saqueia a riqueza dos povos, como foi no Iraque, na Líbia e em tantos outros países. Na Venezuela não tem ditadura. Na Venezuela tem RESISTÊNCIA, que com seus erros e acertos vem impedindo o saque das riquezas petrolíferas do país.

O que está acontecendo com Venezuela, neste momento, é uma grande chantagem. Só para exemplificar, no pleito eleitoral ocorrido em 2015 o chavismo perdeu a maioria absoluta no Parlamento em relação à oposição. A oposição ganhou, por isso, não houve questionamento. Só há questionamento quando os representantes do combalido império perdem, como agora. 

Faço um registro para que notem: o bloqueio comercial ou a asfixia econômica que acontecem na Venezuela afeta a grande massa da população e até mesmo a comunidade da oposição.  Mas essa atitude do bloqueio não alcança os capachos dos Estados Unidos, como Leopoldo López,  Henrique Capriles ou Juan Guaidó, bem como a atual líder da oposição, Maria Corina Machado, dentre outros personagens golpistas. 

Esses parasitas vivem no bem bom, e apoiam medidas contrárias aos interesses nacionais da Venezuela, como leilão de refinaria de petróleo venezuelana instalada nos EUA, em processo suspeito, o confisco de mais de 31 toneladas de ouro do país no Reino Unido,  e o bloqueio de bilhões de dólares, por países europeus e EUA, como parte das sanções ilegítimas ao  país sul-americano.

É preciso também esclarecer  o caso particular da senhora Corina Machado e a razão pela qual ela não foi candidata: o tribunal venezuelano não permitiu que registrasse sua candidatura porque ela havia assumido a nacionalidade panamenha para solicitar intervenção militar perante a Organização dos Estados Americanos (OEA) e bloqueio comercial contra o seu próprio país, o que a caracterizou como uma traidora do seu país. O que estão chamando de autoritarismo é o combate à desobediência às leis venezuelanas, cometida por uma  horda golpista. 

Lá, como cá, durante todo o período anterior à campanha presidencial foi construída a narrativa de que haveria fraude nas eleições. Só para recordar, aqui não ocorreu a mesma coisa? Não houve até uma reunião com embaixadores para dizer que as urnas eletrônicas não eram seguras? Não houve sucessivos ataques ao STF e ao TSE? Então, qual é a dúvida? Por que que lá seria diferente, se a prática é mesma dos golpistas  brasileiros?

No dia 28 de julho as eleições ocorreram em clima de normalidade. A diferença é que a oposição já sabia que o resultado das urnas não lhes favoreceria. A reeleição de Maduro estava certa e, por isso, desde as primeiras horas da manhã daquele dia a oposição começou a construir a narrativa de que Edmundo Gonzalez ganharia com 70% dos votos. 

Essa narrativa estava articulada com um  ataque cibernético ao servidor do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), meio pelo qual a oposição esperava mudar o resultado das eleições ou, pelo menos, arranjar mais um argumento de que a eleição estava sendo fraudada pelo CNE. Derrotado o ataque cibernético, a apuração voltou ao curso normal e, ao final da noite, com 80% das urnas apuradas, o CNE anunciou a reeleição do presidente Nicolás Maduro.

A partir daí começou a ladainha, a novela das atas. Até mesmo a representação institucional do Brasil entrou nessa. Pois bem, a Suprema Corte Venezuelana convocou o CNE (tribunal eleitoral de lá), os partidos e candidatos a apresentarem as suas atas. Adivinha quem não atendeu à convocação? Justamente os lacaios dos Estados Unidos. Então, os demais nove  dos dez  concorrentes atenderam à convocação do Tribunal Superior de Justiça. 

Nesse contexto, o que se pode perguntar é: por que aceitaram as regras para participar das eleições, se não confiavam no processo? A grande verdade é que essa oposição golpista,  tanto de lá quanto de cá, quer ganhar as eleições no grito ou, pior, quer mesmo é dar o golpe, já que não tem competência eleitoral para ganhar as eleições.

Para finalizar, na minha opinião, o Brasil tem a obrigação de reconhecer como legítimo o resultado das eleições na Venezuela, não só por uma questão de justiça, mas porque fomos vítimas das mesmas artimanhas de uma  quadrilha da extrema direita que tem ramificações mundiais. 

Um alerta:  será que seria bom para o Brasil o Tio Sam enfiar as patas na Venezuela? Claro que não. E mais: precisamos mesmo é continuar combatendo a ditadura do imperialismo estadunidense, praticada contra a Cuba, Venezuela e tantos outros países que resistem à espoliação de suas riquezas.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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