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    Joaquim de Carvalho

    Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

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    Exclusivo: Grampos de Tony Garcia confirmam que ele foi agente infiltrado de Moro e que houve festa da cueca

    247 teve acesso a um trecho das conversas que o empresário gravou; Tony Garcia também grampeou procuradores da república

    Tony Garcia e Sérgio Moro (Foto: Reprodução/TV 247 | Agência Brasil)

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    O Brasil 247 teve acesso a uma parte das conversas que o empresário Antônio Celso Garcia, o Tony, gravou quando era agente infiltrado do então juiz.

    Neste primeiro trecho, Tony Garcia, na condição de réu, conversa com o juiz sobre as ações que ele queria executar. Tony cita o advogado Michel Saliba, que na época era presidente da seccional da OAB em Curitiba.

    Saliba acabaria preso por Moro e ficaria cerca de três meses na prisão, tempo que durou até a Justiça decidir que o então juiz não tinha competência para processá-lo e anular a ação.

    A gravação foi realizada em 2005 e foi feita em um aparelho que Tony Garcia ocultava na cintura, segundo disse.

    Tony guarda o equipamento na casa de um irmão que mora em Los Angeles, e foi casado com Priscilla Presley. 

    O empresário enviou o equipamento para o exterior por receio de que Moro determinasse busca em seus endereços no Brasil e o apreendesse fortuitamente.

    Quando o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, abriu a investigação contra Moro e determinou que ele seja ouvido em depoimento, Tony providenciou uma cópia das gravações.

    O empresário diz que entregará a cópia e o próprio gravador, para serem periciados. 

    Neste primeiro trecho, que o 247 divulga com exclusividade, Moro conversa com Tony sem a presença de advogados e, além de determinar alvo, demonstra que combina suas ações com o Ministério Público Federal, o que é ilegal.

    Tony Garcia também gravou suas conversas com os procuradores da república Januário Paludo e Carlos Fernando dos Santos Lima.

    Em uma delas, os procuradores contam que um desembargador do Tribunal Federal da 4a. Região acabou se separando da esposa depois que soube que havia a gravação em vídeo da chamada festa da cueca, com garotas de programa, no hotel Bourbon.

    Eles riem porque o desembargador teria se antecipado à possível divulgação da gravação e contado à mulher, que acabaria por se separar dele.

    Tony diz que o vídeo da festa da cueca foi apreendido por Moro, mas não foi anexado a nenhum processo. Ele acredita que Moro possa ter usado a gravação para chantagear desembargadores.

    Esta seria a razão pela qual o TRF-4 passou a confirmar as decisões do então juiz, mesmo diante de abusos.

    Importante: Tony Garcia foi preso por conta de suposta fraude no consórcio Garibaldi, mas os assuntos que ele trata com Moro e com os procuradores nada tem a ver com a investigação inicial.

    Veja o vídeo:

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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