Facada ou fakeada? Chave para esclarecer o mistério é o exame da cicatriz em Bolsonaro
A marca mudou de lugar, como mostram imagens postadas pelo próprio Bolsonaro. Ele pode ter tentado apagar a prova em dezembro de 2019, quando estranhamente disse suspeitar de câncer de pele e fez cirurgia para remoção de pintas no tórax
O encontro de Adélio Bispo de Oliveira com Carlos Bolsonaro, no Clube de Tiro .38, precisa ser investigado. Decorridos mais de três anos do episódio em Juiz de Fora, fica mais difícil, inclusive para recuperar as imagens daquele dia, mas não é impossível. No entanto, a chave para comprovar a farsa em Juiz de Fora depende de perícia médica, e essa tarefa não é tão difícil. Basta que Jair Bolsonaro aceite ser submetido a exames por peritos judiciais e o Albert Einstein libere o prontuário de seu antigo paciente — no inquérito já encerrado, o delegado Rodrigo Morais pediu, e o hospital não forneceu.
A importância da perícia concentra-se no fato de que a cicatriz da facada ou da suposta facada mudou de lugar, como mostram imagens que se tornaram públicas, por iniciativa do próprio Bolsonaro ou de seus apoiadores. Observe a linha do tempo:
- 9 de setembro de 2018: o então senador Magno Malta posta uma foto do pós-operatório.
- 28 de setembro de 2018: Bolsonaro publica foto se barbeando no Einstein.
- 21 de outubro de 2018: O oncologista Antônio Macedo mostra o local exato da cicatriz da facada na TV Record.
Seguem as imagens, com seta vermelha indicando o local da cicatriz e números mostrando quatro pintas de nascença no corpo de Bolsonaro.
Nessa três imagens, a cicatriz, lisinha, aparece sob duas pintas. Agora veja as imagens do tórax de Bolsonaro mostrado por ele mesmo algum tempo de depois. Segue a cronologia:
- 2 de maior de 2019: Bolsonaro visita o SBT e levanta camisa para mostrar a cicatriz da suposta facada.
- 30 de maio de 2019: Participando do programa de Danilo Gentili, Bolsonaro levanta mais uma vez a camisa e mostra a cicatriz.
Veja onde está a cicatriz, que já não é lisinha como as mostradas entre setembro e outubro. Ela mudou de lugar. A cicatriz da facada ou suposta facada está agora acima das pintas de nascença.
Em 11 de agosto de 2019, o canal True or not mostra algumas dessas imagens e aponta a mudança de lugar da cicatriz.
O vídeo não teve muita visualizações, apesar da extrema importância (hoje, está com cerca de 17 mil visualizações).
No entanto, o vídeo pode ter sido visto por Bolsonaro ou alguém do seu serviço de inteligência (o próximo, como ele já disse ter) ou da Abin.
É que, quatro meses depois, Bolsonaro foi internado no Hospital das Forças Armadas e disse a seguidores no cercadinho do Alvorada que se submeteria a uma cirurgia para tratamento de câncer de pele.
Lembra? Ninguém repercutiu muito, apesar da gravidade de uma doença como esta. Nem ele voltou a falar sobre o tema. O hospital, em nota, sequer mencionou a palavra câncer. Na época, a Secretaria de Comunicação da Presidência também divulgou nota:
"O presidente Jair Bolsonaro esteve nessa quarta-feira, 11, em Brasília, no Hospital de Força Aérea de Brasília, em consulta médica dermatológica previamente agendada, com o objetivo de reavaliação de atendimento feito seis meses atrás. Foram realizados alguns procedimentos como retirada de lesão verrugosa na face e na orelha, além de crioterapia em lesões no tórax e no antebraço, provocadas pelo excesso de exposição solar. O material segue para análise laboratorial, como é de rotina. Convém, segundo orientação do especialista, fazer avaliação semestral em face do excesso de exposição solar prévia, o que já está sendo seguido.”
Bolsonaro extraiu pintas do tórax, como informa a nota. Seria para apagar o rastro de uma farsa? Uma perícia médica independente é o caminho para eliminar esta dúvida. Bolsonaro aceitaria o desafio?
Importante registrar que Bolsonaro, em sua ânsia para posar de vítima e, por isso, expor as cicatrizes, pode ter produzido as provas capazes de derrubá-lo.
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PS: A pesquisa sobre a pinta faz parte de um dossiê do Anonymous, rede da internet que apoia a causa de Julian Assange, do Wikileaks e já expos figurões e grandes empresas envolvidos em farsa.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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