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    Marcus Atalla

    Graduação em Imagem e Som - UFSCAR, graduação em Direito - USF. Especialização em Jornalismo - FDA, especialização em Jornalismo Investigativo - FMU

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    Facebook, Twitter, Google e Amazon são paraestatais da máquina de guerra e vigilância dos EUA

    O que em outros países seriam empresas estratégicas estatais, no capitalismo neoliberal dos EUA, são as empresas privadas integradas ao Estado

    (Foto: Paulo Emílio)

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    De 2004 a 2021, empresas de tecnologia como Facebook, Twitter, Google, Amazon e Microsoft receberam mais de US$ 44,7 bilhões de dólares em contratos com agências de inteligência, indústria-militar, Departamento de Defesa (Pentágono) e Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.

    O que em outros países seriam empresas estratégicas estatais, no capitalismo neoliberal dos EUA, são as empresas privadas integradas ao Estado, uma espécie de terceirização de sua indústria-militar e inteligência. Um exemplo são os pesados investimentos que o país faz na Space-X do Elon Musk, após o corte de investimento na NASA. Não é apenas através de contratos governamentais, mas também na transferência de tecnologia e pesquisa base desenvolvida pela agência estatal.

    Assim como a Lockheed Martin, Raytheon, General Dynamics, Boeing e Northrop Grumman nasceram na indústria-militar dos EUA, várias dessas corporações de alta-tecnologia também, segundo Yasha Levine, autor do livro “Surveillance Valley: The Secret Military History of the Internet”. 

    Os grupos independentes, Little Sis, Action Center for Race and the Economy  e MPower, publicaram estudos demonstrando o lucro dessas empresas desde o início da Guerra ao Terror e das Guerras Eternas, pós o 11 de Setembro. De 2007 a 2019, contratos e subcontratos entre essas empresas e o Departamento de Segurança Interno aumentaram 50 vezes. 

    Outro relatório da Tech Inquiry realizado em 2020, revelou que o Departamento de Defesa e agências federais de Imigração e o FBI,  Agência de Repressão às Drogas, o Federal Bureau of Prisons, realizaram acordos com Google, Amazon, Microsoft, Dell, IBM, Hewlett Packard e Facebook. Esses tratados costumam ser realizados por subcontratos com empresas pouco conhecidas, formando uma rede interligada dificultando a investigação.

    Apenas a Microsoft teve um aumento de 800% e a Amazon de 400% em contratos federais em 2015 e 2019. Desde 2004, o Facebook, Google, Twitter, Amazon e Microsoft receberam em contratos com o Pentágono US$ 43,8 bilhões, seguido pelo Departamento de Segurança Interno US$ 348 milhões, Departamento de Estado US$ 258 milhões, Administração de Serviços Gerais e o Departamento de Justiça US$ 244 milhões. O Facebook colheu fundos para promover no canal de notícias Voice of America, um programa de extrema-direita, "Extremism Watch", que promove homofobia e xenofobia.

    Outra denúncia do relatório é a porta giratória entre essas empresas de tecnologia e as agências de inteligência, agências militares e de segurança interna. Mais de 200 profissionais que vão e voltam das empresas privadas para os órgãos de governo.

    O que por fim deixa uma questão: é possível acreditar que essas empresas detentoras do monopólio das redes sociais têm isenção para julgar o que é fake news ou verdade? Censurar conteúdos e usuários através de um julgamento feito por elas mesmas? E o controle do conteúdo durante as eleições no Brasil?

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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