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    Miguel Paiva

    Miguel Paiva é chargista e jornalista, criador de vários personagens e hoje faz parte do coletivo Jornalistas Pela Democracia

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    Fake news que matam

    Semana passada foi divulgada a notícia que estavam circulando fotos falsas, nudes montados de adolescentes estudantes em São Paulo e outros estados

    Fake news que matam (Foto: Miguel Paiva)

    Notícias e difamações que arruinaram pessoas sempre existiram e aconteciam com frequência bem menor que hoje. Vimos vários casos em que mentiras acabaram com a vida de pessoas inocentes como o famoso caso da Escola Base em São Paulo que sofreu com uma série de histórias caluniosas e mentirosas. Hoje a internet ajuda.

    Semana passada foi divulgada a notícia que estavam circulando fotos falsas, nudes montados de adolescentes estudantes em São Paulo e outros estados. Além de divulgar criminosamente essas fotos elas eram falsas. Eram montagens grotescas de corpos nus com o rosto de crianças que nada tinham a ver com aquilo. Soma-se a questão moral que transforma nus em crimes, o fato ainda mais absurdo da falsificação. Que cabeça é capaz de imaginar e realizar um crime desses? É a maldade, pura destruição do estabelecido, puro ligar o dane-se sem medir as consequências. Assim tem sido desde de antes do governo Bolsonaro onde as redes sociais conquistaram a mídia. As regras de convivência social deixaram de existir.

    Há exatos 10 anos estourava o escândalo das fotos de celebridades vazadas nos Estados Unidos. Várias atrizes, influenciadoras, personalidades da mídia viram suas fotos intimas vazarem por um erro do ICloud que permitiu esse ato criminoso. Nem sei se havia a intenção de chantagear as pessoas envolvidas. O fato é que só uma atriz como a Jennifer Lawrence teve mais de 60 fotos íntimas reveladas na internet. Muitas negaram alegando que eram falsas, mas outras tantas lamentaram a invasão de privacidade. Ambos são crimes perversos que parecem ter caído no gosto das pessoas de má fé que circulam por aí. A extrema direita assumiu essa linguagem e a destruição de tudo, inclusive da imagem é uma boa. Vide o caso de Marçal com Boulos. O laudo falso era o de menos, apesar da importância criminal. O que valia era espalhar a mentira. O efeito é devastador.

    Revelar fotos intimas e nudes de crianças é um crime tão hediondo quanto a pedofilia, e a exploração sexual de menores. Deve ser punido rigidamente assim como todas essas filosofias da extrema direita que incorporam esses crimes e circulam livremente por ai.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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