'Falha Econômica e Moral': Já Faz 15 Anos Desde o Último Aumento do Salário Mínimo Federal nos EUA
Os eleitores entendem que aumentar o salário mínimo é a coisa certa a fazer
Publicado originalmente por CommonDreams em 24 de julho de 2024
O ex-presidente dos EUA, Barack Obama, estava no cargo há pouco mais de seis meses quando o salário mínimo federal foi elevado para uns míseros US$7,25 por hora—onde permanece até hoje, 15 anos depois.
A quarta-feira marcou exatamente uma década e meia desde que o piso salarial federal foi aumentado pela última vez, uma ocasião que os defensores usaram para promover aumentos salariais a nível estadual e defender um aumento nacional há muito esperado, especialmente enquanto os bilionários e corporações do país vão melhor do que nunca.
"Os trabalhadores não podem esperar que o Congresso aja; eles precisam alimentar suas famílias, pagar suas contas e cuidar de seus entes queridos", disse Kelly Hall, diretora executiva do 'Fairness Project', um grupo que apoiou medidas de votação em todo os EUA que resultaram em mais de US$22 bilhões em ganhos adicionais para os trabalhadores.
"Este ano, vemos um caminho claro para a vitória no Alasca e no Missouri porque, quando os eleitores têm a chance, escolhem salários mais altos", continuou Hall, referindo-se às iniciativas de votação do salário mínimo nos dois estados. "Os eleitores entendem que aumentar o salário mínimo é a coisa certa a fazer, mesmo que seus representantes eleitos nas legislaturas estaduais e em Washington, D.C. permaneçam inativos."
"Já faz 15 anos desde que o salário mínimo federal foi aumentado", acrescentou Hall, "e embora isso seja tanto uma falha econômica quanto moral, acreditamos que a solução está na democracia direta através das urnas."
Anos de inação e obstrução por parte de legisladores apoiados por corporações no Congresso dos EUA levaram estados e localidades a aumentar seus salários mínimos bem acima do piso federal.
Somente este ano, de acordo com o 'National Employment Law Project' (NELP), 25 [do total de 50] estados e 65 localidades em todo os EUA aumentarão seus salários mínimos, proporcionando aumentos salariais para milhões de trabalhadores.
"A eleição de novembro de 2024 fornecerá ainda mais oportunidades para o progresso, pois Arizona, Alasca e Oklahoma provavelmente terão questões na cédula sobre se seus salários mínimos estaduais devem aumentar", observou Kyle Ross do Center for American Progress na quarta-feira. "Os eleitores desses estados devem aproveitar essa chance para dar aos trabalhadores um aumento muito necessário."
Vinte estados dos EUA ainda têm salários mínimos atrelados ao piso federal, que vale menos hoje do que "em qualquer momento desde 1949", observou Emily Peck, da Axios, na quarta-feira.
Alguns legisladores a nível federal têm pressionado, sem sucesso, por legislação que aumentaria o salário mínimo federal. No ano passado, o senador Bernie Sanders (I-Vt.) e o deputado Bobby Scott (D-Va.) apresentaram um projeto de lei que aumentaria gradualmente o piso salarial nacional para $17 por hora até 2028 e o indexaria aos salários medianos nos anos subsequentes.
O projeto não foi votado na Câmara nem no Senado. De acordo com o Economic Policy Institute, 31 milhões de trabalhadores nos EUA ganham menos de $17 por hora.
"O salário mínimo ficou tão abaixo do custo de vida que milhões de trabalhadores estão ganhando salários muito baixos para viver, tanto no salário mínimo quanto acima dele", disse Holly Sklar, CEO da Business for a Fair Minimum Wage, em um comunicado. "Isso é ruim para os trabalhadores e para os negócios."
"Os negócios locais dependem de clientes que ganham o suficiente para comprar seus produtos e serviços", acrescentou Sklar. "Aumentar o salário mínimo impulsiona os gastos dos consumidores e ajuda as empresas a contratar e reter funcionários. Empresas que investem mais em seus funcionários se beneficiam de menor rotatividade e maior produtividade, e do tipo de atendimento ao cliente que faz os clientes voltarem."
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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