Fuga mirabolante ou “atentado”?
"O capitão e Eduardo tentam unir o rebanho com a falácia de que Trump o livrará da cadeia, ignorando que ele nada pode na justiça brasileira"
A denúncia contra Jair Bolsonaro, preparada por Paulo Gonet, é robustíssima – ou melhor, é uma obra-prima de evidências, ainda mais "turbinada" pela exposição dos áudios no Fantástico. Agora, com certeza, será recebida de braços abertos pela Primeira Turma do STF, que, em um gesto de pura generosidade, dará ao ex-presidente uma pena superior a 30 anos. E não só o futuro réu, mas até o pombo que arrulha todas as manhãs no telhado do vizinho sabe disso, não é mesmo?
O capitão, junto com seu filho Eduardo, tenta manter o rebanho unido com a clássica falácia de que Donald Trump vai livrá-lo da cadeia. Porque, claro, é muito realista esperar que o presidente dos EUA consiga interferir na justiça brasileira. Isso está tão distante quanto um pôr do sol num horizonte que sequer existe. Mas tudo bem, a esperança nunca morre, não é?
Mas então, o que fazer? Qual será a saída para o ex-presidente não precisar passar uma temporada de longuíssimo prazo em um lugar que, mesmo com a liberdade condicional, o impossibilitaria de voltar à política? Ele vai se resignar, aceitando a tragédia de sua carreira política?
Claro que não! Bolsonaro fará de tudo para não ser preso, pois não tem a coragem de Lula. Então, o que ele tentará agora? Fuga, claro! A mais cogitada é uma fuga internacional. Seu passaporte pode estar retido, mas, como sempre, nada é impossível. É só se refugiar numa embaixada – que pode ser a da Hungria, super íntima, ou até a dos EUA – e depois seguir para um voo diplomático rumo à liberdade. Ou quem sabe ele parte de carro, jatinho, helicóptero ou até jet-ski, rumo à Argentina de Milei?
Mas como ele vai fugir se está sendo monitorado pela Polícia Federal? Ah, simples! Quem precisa de segredo quando pode sair escondido no porta-malas de um carro? Quem sabe ele se transforma no Houdini da política e faz tudo desaparecer como mágica.
E se a fuga não rolar, quem sabe ele se inspire no clássico truque de sempre: forjar um atentado. A data? 16 de março, quando está prevista uma manifestação no Rio de Janeiro em favor da anistia aos golpistas do 8 de janeiro. Isso, claro, garantiria uma comovente repercussão nacional, no melhor estilo 2018, quando ele foi eleito com o famoso “sentimento de injustiça”. Resta saber se cola desta vez. E, ah, tem mais: o ex-presidente, em vídeo, pediu para ninguém levar faixas ou tocar em outra pauta que não seja a da anistia. Sabe, só para garantir que todo mundo vai seguir esse plano completamente inofensivo. Nada mais suave. É o bonzinho paz e amor. E, claro, é a melhor forma de garantir que a Polícia Federal relaxe no monitoramento.
De qualquer forma, o ex-presidente já conseguiu acumular razões mais que suficientes para uma prisão preventiva. A convocação para o ato de 16 de março é claramente uma incitação à reação contra sua condenação e prisão. O que, como todo bom entendedor sabe, justifica uma prisão preventiva.
Se é para entrar para a história, que seja de vez.
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