Genoíno merece a condenação. A prisão, não
Ser preso é simbólico, ainda mais num país onde a mídia ainda é a maior formadora de opinião
Soa estranho, controverso, mas não é. Existe uma certa diferença entre ser condenado, pagar pelo crime que cometeu de inúmeras formas e ser preso, ou seja, ter a privação total ou parcial de sua liberdade. A maior das penas no Brasil.
Ser preso é simbólico, ainda mais num país onde a mídia ainda é a maior formadora de opinião. A imagem do ex-guerrilheiro, fundador e ex-presidente do PT sendo preso foi mais do que esperada. Agora já temos a foto, o fim da história pouco importa. Como dizem por aí, uma imagem vale mais que mil palavras. No caso do julgamento do mensalão, no mínimo 1 bilhão de palavras.
O fato é que José Genoíno cometeu crime ao assinar empréstimos feitos junto ao Banco Rural, dinheiro posteriormente usado na compra de apoio eleitoral nas eleições de 2002. Mas, por outro lado, não há indícios de que ele tenha autorizado o uso do dinheiro para tais negociações. E é aí que sua condenação da forma como é conduzida causa indignação de tantas pessoas, diferente das de José Dirceu e Delúbio Soares, que já aparecem como articuladores do esquema.
O PT não é nem nunca foi um partido revolucionário. Sempre foi reformista. Acreditou-se sempre na chegada ao poder por meios 'democráticos' e a partir disso iniciar uma série de reformas, ao mesmo tempo que se montava um aparato de poder político em todo o país. O problema é que os meios 'democráticos' são o meio sujo de se fazer politicagem visando a governabilidade.
Esse meio fétido, onde a resposta do outro é sempre: "O que eu ganho em troca?" Se agradar a ambos, negócio fechado! E assim segue o jogo político brasileiro. Agora com alguns na cadeia. Mas afinal o que é a cadeia no Brasil se não um depósito de infratores sem poder econômico. Aqui vai mais um. José Genoíno. Reincidente. 1972* e 2013.
Enquanto isso, aguardamos o mais eficaz dos tribunais. A história!
*José Genoíno foi capturado pelos militares em 1972 e passou os cinco anos seguintes na prisão.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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