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    Romerito Aquino

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    Governo Lula lança plano para zerar desmatamento na Amazônia, mas não planeja desenvolvimento da região

    Plano é despido da necessária clareza e objetividade quanto a medidas voltadas à promoção do crescimento econômico e social amazônico

    Área desmatada (Foto: Bruno Kelly / Reuters)

    Um dos maiores relatos sobre a situação atual da Amazônia e as soluções que devem ser adotadas para ela continuar sendo o maior diferencial do Brasil diante do mundo, por comportar a maior, mais rica e mais bonita floresta tropical do planeta, foi divulgado pelo Portal Amazônia, na mente e no computador do economista e escritor Osiris Araújo da Silva.

    De saída, o economista assinala que o governo Lula decretou e planejou recentemente o desmatamento zero na Amazônia até 2030, mas "esquiva-se" de planejar o desenvolvimento da região. E diz que o novo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) é, inegavelmente, pródigo em medidas restritivas, muito ao gosto da comunidade internacional.

    Segundo o economista, o PPCDAm pode ser pródigo em restrições, mas é totalmente "omisso e desprovido da necessária clareza e objetividade quanto a medidas voltadas à promoção do crescimento econômico e social da região". 

    Afinal, lembra Silva, quem mais quer e precisa de uma Amazônia preservada e desenvolvida são os 30 milhões de brasileiros que por lá vivem e trabalham. Cadê um programa do governo federal para fortalecer com indústrias e mais empregos e mais renda o extrativismo da borracha, castanha, açaí, coco de babaçu, buriti, carnaúba, palmito, ervas medicinais, sementes oleaginosas e outros produtos e matérias-primas florestais.

    Nunca é demais lembrar que boa parte da população amazônica é formada por milhões de indígenas, seringueiros e ribeirinhos, muito mal remunerados e até desempregados, que além de extrativistas são os guardiões seculares da gigantesca floresta, essencial para o equilíbrio do clima, da água e do ar que toda a humanidade respira porque guarda o gás carbônico que ela já produz em demasia, evitando que nossa camada de ozônio exploda e decrete o fim da vida das pessoas e até do planeta.

    RIQUEZA PARA GERAR CRESCIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL 

    Como bem lembra o economista Osiris Silva, só o crescimento econômico e social da população amazônica será capaz de produzir riquezas e preservação do seu preciosíssimo ambiente. "Em seu fulcro, a palavra de ordem do PPCDAm é interditar propriedades e confiscar rebanhos, em vez de oferecer condições (regularização fundiária) para legalização das ocupações clandestinas em toda a região amazônica", diz Osires Silva.

    O economista e escritor encerra dizendo que o PPCDAm pode ser enaltecido pelo radicalismo dos partidos de sustentação do governo, sendo internacionalmente conveniente destruir dragas de garimpagem, em vez de oferecer alternativas consubstanciadas em políticas de mineração legal e sustentável.

    E completa o economista e escritor. "Ao viés da dimensão ambiental, que (o PPCDAm) seja ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo. A propósito, não se pode desconsiderar a lição de Churchill, para "quem falha em planejar está planejando falhar", conclui Silva.

    Ou seja, de que adianta apenas zerar o desmatamento na Amazônia sem dar educação e geração de renda e emprego para seus preciosos guardiões? É apostar no retorno da devastação mais à frente, no fim da gigantesca floresta, no começo do fim do Brasil sem chuva e sem água e no total e catastrófico desequilíbrio climático do planeta.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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