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    Roberto Moraes

    Engenheiro e professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ)

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    Governo militar usa Infraestrutura cibernética para manutenção do projeto de poder

    "A sociedade precisa de vacina em defesa da 'Democracia' e 'Soberania' popular", escreve Roberto Moraes

    (Foto: Agência Brasil)

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    Por Roberto Moraes 

    Em 2018 a sociedade quase não identificou a presença dos militares nas redes sociais e na eleição de Bolsonaro. As redes eram coisa do filho Carlos. A pressão pelo impedimento de Lula concorrer e ser preso foi atribuído só ao twitt do gal. Vilas Boas. Não se percebia até então, o papel do CDC Exército. 

    O Centro de Defesa Cibernética (CDC) do Exército teve seu orçamento multiplicado 5X ainda em 2019, por Bolsonaro. Assim, se passou a desconfiar que o segredo/agradecimento do PR a Villas Boas na posse de que iria levar para o túmulo, ia bem além do twitt. 

    Desde 2019, mais de 7 mil militares foram para o governo. E paulatinamente, passamos a saber que: a) 1- O CDC opera uma rede paralela de internet que se cruza à que nós mortais (paisanos) usamos; b) O CDC passou a operar em conjunto c/ GSI e em busca de softs espiões e desconfia-se que também em impulsionamentos de perfis políticos de direita e de autoridades e políticos do governo militar.

    O GSI e o CDC operam de forma sigilosa protegidos por lei. Em termos eleitorais, não é preciso atingir 100% dos eleitores. Pacotes de publicidade direcionada das Big Techs, podem facilmente separar, entre os que usam as redes sociais, os 43% de Lula e os 30% de Bolsonaro. Sobra no foco restante, cerca de 1/4, se tanto. 

    Filtrando ainda mais, é só "buscar" quem no 2º turno de 2018 votou Bolsonaro e que agora está voltando para Lula ou ainda está em dúvida. Aí se chega a essa franja de uns 15% que está no limite entre uma e outra opção. Com espionagem contra coordenação de campanha do adversário se pode chegar ainda mais perto do perfil desejado. Ao juntar e recuperar essas pontas do novelo se chega a parte da estratégia para a batalha cibernética de 2022. 

    Além de atuar em duas direções: espionagens e impulsionamentos, essa articulação das autoridades militares de instituições governamentais protegida por sigilo, os generais buscam alcançar votos para seu candidato dos generais. Se estes continuarem insuficientes, continuarão a desacreditar as urnas, o TSE e o STF para tentar anular vitória oposicionista representada por Lula. 

    Esse processo está em curso. Por um lado, não é interessante divulgar esse tipo de análise, porque vai na linha de uma das 3 estratégias eleitorais dos generais de ameaçar e amedrontar parte da sociedade deixando no ar uma sensação de risco de caos e necessidade de ordem. 

    Porém, de outro lado, a sociedade precisa de vacina em defesa da "Democracia" e "Soberania" popular.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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