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    Pedro Augusto Pinho

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    Guerras estadunidenses e as questões ambientais

    Até parece que as fronteiras políticas são obstáculos à circulação do ar, à propagação de doenças, aos intercâmbios das vidas animais e vegetais

    Bandeira dos EUA e a Amazônia (Foto: REUTERS/Lucas Jackson | REUTERS/Bruno Kelly)

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    Nos 23 anos do século XXI, em nenhum deles, o mundo conheceu a paz, e, em todas as guerras, inclusive as provocando, estão os Estados Unidos da América (EUA). Que sina leva esta Nação a tão belicoso comportamento? Melhor a pergunta se fosse dirigida à elite que conduz o País. E quão hipócrita que, simultaneamente, promove campanhas para defesa do meio ambiente, para sobrevivência de espécimes, pela pureza da atmosfera terrestre, contrária à emissão de gás carbônico e iniciativas semelhantes.

    E para manter suas guerras não se envergonham de acusar outros países do que eles, os estadunidenses, fizeram, como promover atentados, colocar títeres ditadores no lugar de presidentes eleitos, imputar a outros povos intensões malévolas contra os estadunidenses.

    Vejamos alguns exemplos, neste século.

    A Rússia é um fantasma que assombra o universo mental dos estadunidenses. Seriam necessários muitos doutores Freud para diagnosticar a razão deste pavor, mas, ousamos sugerir que é o tamanho do país. Na Rússia, desde Pedro, o Grande, até a fragmentada atual, cabem e couberam dois EUA inteiros, os EUA até deixam espaço sobrando se colocados na China.

    Talvez, para quem tenha tal complexo de superioridade, ver-se diante de um gigante provoque necessidade de agressão, a ele e aos que se relacionem bem com o “inimigo”.

    Porém, por que não ser coerente com a questão ambiental?

    O norte da África tem a grande fragilidade ambiental devida ao deserto do Saara. Há preocupação permanente com a desertificação das áreas do Sahel (faixa entre 500 a 700 km de largura, e 5 400 km de extensão), entre os paralelos 15º e 20º Norte, pois ela já se observa na Guiné, no Mali, Burquina Fasso, Níger e no Sudão, com seus climas secos e solos de estepe.

    Os EUA atacaram, com exércitos ou com ações golpistas (financiando e instruindo), sob pretextos diversos e pouco convincentes, diversos países saarianos. Como é óbvio, as armas e lutas provocaram devastações, alterações nas geografias física e humana da região, migrações, devastação ambiental em escala muito maior do que a emissão de gases, indesejáveis ambientalmente, pelos meios de transporte urbano. Mas não se observou uma passeata, um só protesto em frente às embaixadas dos EUA pelas bilionárias Organizações não Governamentais (ONGs), como Greenpeace e WWF.

    Os EUA elevam ao nível de doutrina – Doutrina Bush – a autopermissão para que, preventivamente, se defendam de ataques de países que, possivelmente, abriguem células terroristas, com o argumento de que o inimigo, agora, é invisível. Tantas condicionantes para agredirem um país que detenha os recursos que os EUA desejam ou tenha dirigente que não siga seus desejos em foros internacionais.

    A Síria vive efetiva catástrofe ambiental, mas a imprensa ocidental, submissa aos interesses das finanças apátridas, do neoliberalismo, onde se inserem os EUA, atribui ao reeleito presidente Bashar al-Assad a qualificação de ditador, como isso justificasse a invasão estadunidense, causadora do desastre ambiental.

    E o que dizer do Afeganistão, por 20 anos ocupado pelos EUA, matando pessoas e destruindo edificações e natureza, para, ao fim, fugirem derrotados, deixando o país mergulhado em caos social, econômico e ambiental.

    A mais recente agressão, como ocorreu em vários casos do passado, se dá por procuração. Os EUA promoveram a “primavera” ucraniana, depondo o presidente eleito e empoderando um títere inconsequente. O objetivo era atacar a Rússia, o pesadelo estadunidense. E fica-se sabendo que, além das já conhecidas destruições causadas pelas guerras, agora os EUA, com laboratórios farmacêuticos espalhados pela fronteira russo-ucraniana, desenvolvem vírus para provocar epidemias, doenças, pragas, que contaminem o povo, animais e a produção vegetal na Rússia.

    Até parece que as fronteiras políticas são obstáculos à circulação do ar, à propagação de doenças, aos intercâmbios das vidas animais e vegetais. O vírus lançado na Rússia pode amanhecer no Reino Unido, na Austrália, no Japão ou no Alasca, isto é, nos próprios EUA.

    As ONGs ambientalistas, que tanto se preocupam (?) com a Floresta Amazônica de 6.700 mil km², não têm o mesmo cuidado com a Floresta Boreal, mais do dobro do tamanho, 13.700 mil km². Ou mesmo da Taiga, responsável por cerca de 29% da cobertura vegetal do planeta.

    Agem todos, EUA e ONGs, com o mesmo cinismo de seus donos e mandantes, as finanças apátridas, o sistema financeiro sem fronteiras, hospedado nos 84 paraísos fiscais espalhados pelo Mundo.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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