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    Maria Luiza Franco Busse

    Jornalista há 47 anos e Semiologa. Professora Universitária aposentada. Graduada em História, Mestre e Doutora em Semiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dissertação sobre texto jornalístico e tese sobre a China. Pós-doutora em Comunicação e Cultura, também pela UFRJ,com trabalho sobre comunicação e política na China

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    Hier ist kein warum

    Os ativos políticos mais importantes e cobiçados do planeta são a água e o petróleo, e a Venezuela tem ambos em abundância

    Nicolás Maduro (Foto: Reprodução)

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    A edição do jornal venezuelano Correo del Orinoco, desta terça-feira, 31 de julho de 2024, publicou trechos da fala do presidente Nicolás Maduro pronunciada durante uma coletiva à imprensa internacional no Palácio Miraflores. Nos destaques reproduzidos na página do site do 247, o presidente apresenta uma lista de por quês.

    A seguir: 

    “Quantas provas mais temos que apresentar?”

    “Eu entendo que vocês não gostam de mim, que não gostam de Bolívar, que não gostam da nossa história, mas por que têm que envolver um país em uma guerra?”;

    “Por que querem envolver a Venezuela em uma guerra civil? Por quê? Por que esse ataque contra a Venezuela? O que a Venezuela fez contra vocês, contra a mídia dos EUA, da Europa, do Ocidente? Por que o Ocidente simplesmente não aceita que há uma realidade e temos outro mundo? [...] Agora, para tentar trazer uma guerra civil com delinquentes e criminosos, que podem fazer algo contra qualquer um de vocês”;

    “Por que querem envolver a Venezuela em uma guerra? Por que essa campanha contra a Venezuela? A Venezuela tem sua verdade. Eu venho aqui para defender a verdade do nosso país, eu não tenho medo das mentiras de vocês, venho enfrentá-las, na verdade”.

    Maduro sabe as respostas, mas também sabe  que é preciso reiterar o óbvio, que é jogado para escanteio dia sim e todo dia. Os ativos políticos mais importantes e cobiçados do planeta são a água e o petróleo, e a Venezuela tem ambos em abundância. O rio Orinoco, que dá nome ao jornal fundado por Simón Bolívar em 1818 e refundado por Chávez em 2009, abriga a terceira maior bacia hidrográfica da América do Sul, e nas suas margens estão 20% das reservas de petróleo do mundo.

    Por que o Ocidente simplesmente não aceita que há uma realidade e temos outro mundo?

    Desde que o falecido presidente Hugo Chávez constituiu a República Bolivariana da Venezuela em 1999, o país vizinho não teve um minuto livre das tentativas de golpe e desestabilização por meio da violência de ataques externos e internos, esses subvencionados por uma das burguesias mais virulentas, entreguista e antipovo, sanções econômicas que chegam ao roubo das reservas nacionais depositadas no estrangeiro, e do sonho imperialista de consumar a intervenção naquela terra determinada a afirmar e manter sua soberania. Soberania, a tal realidade inaceitável para o imperialismo que cansou de ser inquilino do petróleo e resolveu ser o dono do negócio, aliás, da Venezuela inteira.

    Mas o que tem o título do artigo com tudo isso? A resposta do nazista ao prisioneiro do campo de concentração que com sede pegou o gelo do chão e teve arrancado da sua mão, esclarece:  Por quê?, perguntou o homem. 

    Aqui não tem porquê ( Hier ist kein warum), advertiu o algoz.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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