Hipóteses Críveis
Prognosticar quais partidos comporão as cadeiras que ficarão vagas na Câmara de Vereadores de SP é sempre um desafio. Levantei dados históricos de 2004 até 2024
O município de São Paulo é incomparável. Prognosticar quais partidos ou federações comporão as cadeiras que ficarão vagas na Câmara de vereadores é sempre um desafio. Pensando nisso, e após uma rigorosa análise dos dados disponíveis, fiz um complexo exercício na exaustiva busca desse objetivo. O resultado foi publicado aqui no último dia 24 de agosto.
Para chegar à conclusão, levantei dados históricos de 2004 até 2024 no que tange ao eleitorado e em relação aos votos válidos até 2020. Com esses números calculei estatisticamente o que faltava: o valor dos votos válidos (VV). Isso também me possibilitou calcular a previsão do quociente eleitoral (QE). Em seguida, consultei os resultados obtidos pelos candidatos que disputaram as eleições nesses mesmos anos. Mais de 23 mil registros foram levantados, envolvendo candidatos a vereador e a deputado. Cruzei esse universo de dados com os nomes dos 998 candidatos registrados (1.016 + 18 inaptos, em 19/09 – 13h15) para concorrer em 2024. Obtive a provável força eleitoral dos partidos e federações que disputarão vagas para compor a próxima bancada municipal. Como esperado, uma boa parte dos candidatos ainda não tinha participado de nenhuma eleição anterior. Analisei suas fichas no cadastro do TSE e também suas redes sociais, com o intuito de detectar os que têm maior possibilidade de êxito nas urnas. Não ignorei o fato de que meus estudos apontam para a raridade do êxito de candidatos que disputam sua primeira eleição. Geralmente, os eleitos costumam ser aqueles que já exercem mandatos ou já participaram com sucesso (votação significativa) de outras eleições.
O próximo passo foi me certificar de que os números obtidos estavam de acordo com o que foi apontado na minha previsão: no nosso caso, um total de 5,6 milhões de votos válidos. A seguir, estimei a porcentagem de votos válidos que cada partido tende a atingir. Isso é importante porque, para conquistar mais uma cadeira, o partido necessita de uma quantidade de votos suplementar igual à do QE, ou seja, no caso de São Paulo, cerca de 102 mil votos para conquistar uma cadeira e 204 mil para garantir mais uma. Existe uma margem de quase 102 mil votos (previsão) na qual o partido ainda permanece com apenas uma cadeira.
Outro ponto importantíssimo é o fato das evidências empíricas indicarem que, do total de candidatos inscritos (998), apenas 6 ou 7% (60 a 70) atingem uma quantidade de votos igual ou superior a 20% do QE, ou seja, mais ou menos 20,5 mil votos nominais, que, por outro lado, garantem que os cálculos para definir os eleitos se encerrem já na fase das sobras.
Tudo isso me leva a crer que, dos 22 partidos isolados e três federações partidárias que disputam as vagas disponíveis no legislativo paulistano, apenas 12 partidos isolados e 2 federações partidárias devem preencher as vagas disponíveis. Veja o quadro:
Acredito ainda que o Solidariedade possa alcançar o QE, mas que não tenha candidatos capazes de superar a barreira da exigência de votação mínima. Creio também que o desempenho do candidato majoritário do PRTB pode beneficiar o partido na disputa municipal através dos votos de legenda, mas, de qualquer forma, continuo insistindo na hipótese de que o mesmo não conquiste nenhuma vaga.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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