Holocausto de sinal trocado
Está em curso um processo de limpeza étnica monstruoso na faixa de Gaza
A declaraçao de Lula sobre o holocausto do povo palestino perpetrado por Israel, comparando com o que foi feito com o povo judeu por Hitler, pode até causar uma crise diplomática entre Brasil e Israel. Mas é absolutamente verdadeira e necessária. 17.000 crianças , bebês e recém-nascidos foram mortos sob o bombardeio incessante das tropas israelenses. Mais de 6 mil mulheres, idosos e enfermos. Hospitais, escolas, igrejas, agências humanitárias, residências e campos de refugiados entre outros alvos. O estado de Israel não está em guerra contra o Hamas. Está em guerra contra o povo palestino.
Está em curso um processo de limpeza étnica monstruoso na faixa de Gaza. Os palestinos que não conseguirem fugir para o Egito serão massacrados pela invasão terrestre do sul de Gaza e o bombardeio aéreo. Estamos falando aqui de 1.5000.000 pessoas. Feita a destruição humana e material, a Faixa de Gaza será anexada ao Estado judeu onde serão assentados colonos judeus, como já ocorre na Cisjordânia, com o assassinato de palestinos com a aquiescência da polícia israelense. Ocupação contra toda advertência da comunidade internacional e da Liga Árabe.
Essa invasão a Gaza vai provocar uma grave crise na geopolítica do Oriente Médio. Significa uma ameaça aberta contra o precário equilíbrio de poder entre árabes e judeus, iranianos, sírios e outros países, com reflexo nas potências políticas aliadas aos judeus ou árabes. O conflito regional pode transbordar para um conflito muito maior, onde vários interesses estão em jogo. A declaração de Lula foi corajosa e justa. Vai provocar reações no Brasil, sobtetudo na Direita e nos evangélicos fundamentalistas e os bolsonaristas que apriveitaráo para falar em antissemitismo.
Mais uma vez, cabe dizer que o povo judeu não se identifica com o projeto sionista ora em curso na Faixa de Gaza. Muitos judeus são contra esse genocídio. Infelizmente pouco podem fazer, além das manifestações públicas no mundo inteiro. Não somos antissemitas, mas não podemos aceitar calado o massacre impiedoso da população palestina e a expansão territorial e política de Israel.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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