Hora de enfrentar o debate
As queimadas contam com o apoio no mínimo tácito do centrão
Na TV, Andréia Sadi mostrava um homem tentando apagar o incêndio que ameaçava sua casa usando uma mangueira de Jardim. Mas o tempo do noticiário era gasto com uma subcelebridade chamada DEOLANE, presa por lavagem de dinheiro. Pouco depois o ministro do STF Flávio Dino aparece e coloca o dedo na ferida: vivemos um dos mais graves momentos da história do País, as secas e queimadas estão matando pessoas. Deveríamos ter uma prioridade para combater os incêndios, de extrema urgência e outra voltada ao enfrentamento das mudanças climáticas.
Nesse momento em que os partidos que sustentam o governo estão correndo atrás do rabo, perdidos no pelo surgimento do exterminador 2.0 (Marçal), o governo tem que mostrar os seus craques e uma estratégia consistente.
Marina Silva, a quem caberia liderar o time, está cansada. Anielle se recupera. também. Só Haddad está na ativa. Os outros são os outros e tal. Muito perna de pau posando para a foto.
E nosso ministro da justiça? Lewandowski nomeou 150 bombeiros para a força nacional. E prepara-se para chamar mais 50. O MJSP só fez isso, que é pouco mais do que nada, devido a cobrança de Dino por medidas efetivas para a “pandemia de incêndios”. Ressaltando que nosso ministro da Justiça é assumidamente governista.
O ministro Dino sabe muito de política, e sabe lidar com o centrão. Se continuar sem compromissos com o Brasil real, através das narrativas que imputam ao ministro Alexandre Moraes os problemas do País e que o governo está perseguindo os opositores, este terá sérios problemas no futuro. Enquanto há uma pauta real que aflige o povo com incêndios e (in)Segurança Pública, a oposição vai insistir em anistia para golpistas e impeachment para o Supremo.
Portanto, nada mais justo que trazer as queimadas para o cenário da política, colocando a oposição frente a suas responsabilidades como parlamentares. O que estamos vivendo não é um acidente natural, que vai passar. O aquecimento global é fruto de decisões políticas sobre o modelo energético. As queimadas contam com o apoio no mínimo tácito do centrão, que volta e meia aprova projetos anistiando áreas irregulares. A hora de enfrentar o debate chegou. A pauta do povo contra a pauta do centrão.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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