Imbrochável no discurso e impotente para o Brasil e o povo!
Este povo precisa avançar no fortalecimento da unidade para romper o maldito ciclo maldoso entre ascenso e descenso populares
As manifestações em Brasília nada tiveram de celebração do bicentenário da independência do Brasil! Pelo contrário, o que se viu com as ameaças ao STF, aos seus ministros e a ordenação constitucional da República foi mais do que misoginia e pornografia de um miliciano atacado por complexo de inferioridade sexual, desgraçadamente ostentando a faixa presidencial, como num cabide contaminado e sujo, dependurada no pescoço daquele que proferiu discurso narcisista de ofensa e abusos ao povo brasileiro.
O discurso tosco de Jair Bolsonaro com referências debochadas até à Michelle Bolsonaro, que já disse ao povo brasileiro que ele não é coveiro, que conseguiria vacinas “só se for com a tua mãe”, que sua profissão “é matar, pô”, que temos que parar de ser “um país de maricas” diante de todo um povo sofrendo com covid 19 e temendo a morte. O que disse ontem, apesar de chocar, é parte do glossário da barbárie de falas que comandantes de pelotões adotam ao se dirigirem a seus praças nos quarteis por este país a dentro e ninguém diz nada.
A fala de Bolsonaro à frente da Esplanada dos Ministérios em Brasília, ao se definir como imbrochável, me lembra do que outro tosco e bandido, Fernando Collor de Mello, disse ao se referir aos seus testículos como “aquilo roxo”. Collor, corrupto, neoliberal até a medula, herdeiro do coronelismo atrasado alagoano, mostrou em 2 anos o engano de quem nele acreditou, despejando votos suficientes em colaboração com a Globo para elegê-lo. Porém, naquela oportunidade o movimento estudantil e a classe trabalhadora ainda mantinham as brasas das mobilizações na derrubada da ditadura, no apoio a Tancredo e à aprovação da nova Constituição, se levantaram em massa com as caras pintadas e colocaram o criminoso instalado no governo a correr, com Globo e tudo.
O discurso desbocado, misógino, ameaçador e de tom sexista de Jair Bolsonaro não é fortuito. A linguagem espúria, criminosa, desrespeitosa e grosseira contem a visão de classe ostentada pelo fascismo dependurado no pior da burguesia em seu desespero por causa do descontrole da sociedade e na perda de lucros com o afundamento do regime capitalista. Tanto é assim que as faixas, com evidente conhecimento de Bolsonaro e da “inteligência” do seu governo, expressaram aspirações nazistas de golpe militar. O objetivo, eivado de mentiras sobre acusações de comunismo a Lula, é o pavor da força mobilizadora que se forma na consciência popular. O respaldo da burguesia, embora diminua, se dá e se demonstra claramente no patrocínio de empresários do agronegócio e de outros do comércio de quinquilharias, como Luciano Hang e de outros que, conforme denúncias, pagaram transportes e hotéis aos que viajaram a Brasília em apoio ao capiroto e aos abusadores do Estado como balcão de troca de favores e de corrupção.
Sem contar a falência da desejada terceira via, natimorta, percebe-se no movimento dos donos do capital concentrado e roubado dos trabalhadores o apoio ao miliciano e sua continuidade no Palácio do Planalto. Então as barbaridades pronunciadas por Jair Bolsonaro no que deveria ser a celebração do bicentenário da independência é, na prática, o discurso dos oligopólios nascidos das correntes e das chibatas que sangraram as carnes dos trabalhadores escravizados.
Portanto, sem enganos e enrolações, os crimes e vômitos fétidos de Bolsonaro não se referem à sua performance sexual, mas a um brochamento do governo dele na aplicação das políticas elaboradas no mesmo Congresso Nacional golpista debaixo de lobbys e propinas gordas vindas dos escritórios dos capitalistas em Brasília.
A maior pornografia não é a que sai da boca do delinquente mau militar, péssimo vereador do Rio de Janeiro e Deputado Federal imprestável por 28 anos, por si um rosário de palavrões emanados dos esgotos das milícias e do fascismo, mas a que ele representa em nome da burguesia neoliberal que o postou no governo, para baratear o Brasil, como disse o dono do Banco BTG Pactual.
Não é de espantar o auditório que deu presença e ouvidos ao que saiu do palanque eleitoreiro da Frente da Esplanada dos Ministérios. O que importa mesmo é a mobilização do povo brasileiro em todo o país expressando o grito dos excluídos.
Este povo precisa avançar no fortalecimento da unidade para romper o maldito ciclo maldoso entre ascenso e descenso populares. É preciso que o nosso povo suba a qualidade da mobilização sem jamais permitir que ela afouxe ou baixe, abrindo espaços para a pornografia mais cruel que aventureiros como este em referência os ocupe.
Abraços proféticos e revolucionários,
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