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    Paulo Pimenta

    Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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    Impeachment de Dilma: golpe, traição e crime contra o povo brasileiro

    “A violação da Constituição de 1988 foi para não deixar ‘pedra sobre pedra’ do projeto democrático e popular que permitiu ao Brasil, a partir de 2003, com a posse de Lula, projetar-se como nação democrática e soberana e experimentar um impulso de desenvolvimento com inclusão social”, diz o deputado Paulo Pimenta

    Dilma Rousseff (Foto: Reprodução)

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    Por Paulo Pimenta

    Há exatamente 5 anos, aconteceu o golpe contra o povo brasileiro, com o afastamento da presidenta legítima e honesta Dilma Rousseff. Naquele dia da traição, com a dignidade de quem se sabia inocente diante da infâmia, Dilma se dirigiu à nação que lhe havia conferido, com o voto livre dos cidadãos e cidadãs, em eleições limpas, um segundo mandato, em 2014.

    Ela anunciou a consumação do golpe e o que a imposição da agenda neoliberal reservaria ao País, um conjunto de retrocessos visíveis hoje em todo o território nacional, com a volta da fome e da miséria, concentração de renda, achatamento salarial, ataques à Constituição e aos direitos sociais , trabalhistas e previdenciários do povo brasileiro, violação da soberania nacional, destruição do meio ambiente.

    Retrocesso - A violação da Constituição de 1988 foi para não deixar “pedra sobre pedra” do projeto democrático e popular que permitiu ao Brasil, a partir de 2003, com a posse de Lula, projetar-se como nação democrática e soberana e experimentar um impulso de desenvolvimento com inclusão social, combate à fome, respeito ao meio ambiente, até se tornar a sétima economia do mundo e oferecer condições dignas de vida para seu povo e desempenho e lucro extraordinários para todos os ramos empresariais.

    O processo regressivo que o país vive desde então, em todas as dimensões, na economia, na política, nos direitos, na sociedade e na cultura, confirmam e superam de forma ainda mais profunda, a antevisão de Dilma.  O cenário de filme de terror em que o Brasil vive desde 2016 talvez supere os sonhos mais delirantes do traidor Michel Temer, o golpista, quando nos ofereceu a bisonha “Ponte para o futuro”.

    Os números mostram como os golpistas têm destruído o Brasil. Com o esforço do povo brasileiro liderado pelos governos populares de Lula e Dilma, o Brasil, em 2014, ocupava o 7º lugar no ranking mundial das maiores economias. Em 2003, quando Lula assumiu, o Pais estava no 14º lugar (Austin Rating). Agora, o Brasil foi remetido de volta para a 13º posição.

    Golpe criminoso - A catástrofe refletida pelos números não dá conta do aprofundamento criminoso da miséria em que vivem hoje vastas parcelas da população brasileira, realidade retratada na emblemática e inaceitável “fila dos ossos” como vimos em Cuiabá e em outras cidades Brasil afora, em consequência do desemprego, salários achatados e da escalada dos preços da carne e de outros alimentos.

    O poder destrutivo do golpe de Estado judicial, parlamentar e midiático e empresarial de 2016 devolveu o País ao Mapa da Fome, destruiu uma a uma as políticas sociais inclusivas, atentou contra a nossa soberania, liquidou o patrimônio público com as privatizações – destaque para o esquartejamento da Petrobrás, e as privatizações da Eletrobrás e dos Correios –  extinguiu o Ministério da Cultura, converteu o MEC num órgão policial e o Ministério da Saúde num balcão onde se venderam as vidas dos brasileiros em troca de propinas. Nesses dias, antevéspera do 7 de setembro, percebemos que o golpe atacou frontalmente a democracia, ancorada pela Constituição de 1988, reduzindo-a a um estado de coma, um corpo mantido por aparelhos.

    Pária mundial - Em cinco anos, as elites brasileiras, lideradas inicialmente pela direita e posteriormente pela ultradireita neofascista, destruíram a perspectiva de desenvolvimento soberano e inclusivo e sustentável de uma grande nação que abriu o milênio como uma força promissora de um protagonismo em defesa do diálogo, da integração e da paz, no hemisfério Sul. O Brasil virou um pária mundial.

    Cinco anos depois, com o país mergulhado numa conjugação de crises sanitária, econômica, política, social e de valores, a sociedade começa a despertar para uma consciência mais clara da inviabilidade e da falência das propostas neoliberais como saída para o desenvolvimento. O desastre de hoje é o que a agenda neoliberal sustentada pelas elites financeiras tem a oferecer ao País. Com Bolsonaro ou sem ele. Para nos certificarmos disso, basta perguntar aos candidatos da chamada “Terceira Via” qual é o núcleo essencial do programa que desejam apresentar ao Brasil para o pós-Bolsonaro.

    No próximo dia 7 de setembro devemos manter a mobilização nas ruas e nas redes para manter a visibilidade e a denúncia dos crimes de corrupção revelados pela CPI da Covid e destacar o estrondoso fracasso econômico protagonizado por Bolsonaro e seu governo, que avança para um isolamento social cada vez maior.

    Os movimentos sociais e populares têm demonstrado maturidade e capacidade de mobilização. É necessária, neste momento, uma nítida visão estratégica dos caminhos a cumprir em defesa da vida do nosso povo, da democracia e da Constituição, recusando a violência, o fundamentalismo de todos os tipos apregoados pela ultradireita que, em última análise, deseja mergulhar o país em uma guerra civil.

    Em defesa da vida e da democracia, todos ao “Grito dos Excluídos” no 7 de setembro.

    Fora, Bolsonaro! Impeachment já!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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