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    Chico Junior

    Jornalista, escritor e comunicador

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    Janja veio para fazer e acontecer

    Janja é a força motriz do presidente Lula e veio para mudar padrões

    Rosângela da Silva e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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    Começo este texto informando aos leitores que ele é inspirado em uma mulher que “conheço” há pouco tempo, mas que, aos poucos, estou começando a aprender a admirar: Rosângela Lula da Silva, a Janja, esposa do presidente Lula, primeira-dama do Brasil.

    Janja virou notícia. Raro o dia que a imprensa e as redes sociais não falam sobre ela, não falem dela.

    Seus pensamentos, suas ações, suas aparições, suas entrevistas, seu comportamento, sua roupa (a da posse, por exemplo, rebentou de tão linda que era e simbólica, pela maneira com que foi executada), tudo é notícia. E, melhor, aviso aos misóginos de plantão: vai ter ainda mais, muito mais.

    Janja é culta, inteligente, inquieta, perturbadora, criativa. E metida, no melhor dos sentidos. Minha filha mais nova, Marina (27 anos) diria: Eita mulher da porra! Juliana, a mais velha (47 anos), resumiria: maravilhosa.

    Janja é a força motriz do presidente Lula. Se não é, parece ser. E tomara mesmo que seja.

    Janja veio para bagunçar o coreto da República e já avisou que não será uma mera primeira dama. Vai ocupar o espaço que lhe pertence ao lado de Lula, inclusive ocupando uma sala no mesmo andar em que trabalha o presidente. Vai marcar sobre pressão.

    E, como eu já disse, veio para fazer acontecer. A realização do Festival de Futuro – o incrível show realizado na posse de Lula – já foi uma pequena demonstração do que ela é capaz.

    Mas voltando ao início.

    Me casei algumas vezes, cinco no total. Desses casamentos tenho duas filhas, uma neta e uma enteada. Tudo mulher, como se vê.

    Na primeira vez que fiquei “grávido”, queria que viesse uma mulher. Não sei bem por que, mas queria uma filha. E veio Juliana, filha da Têca, meu primeiro casamento. A experiência de ter sido pai de Juliana me fez torcer pela chegada de outra filha quando fiquei “grávido” pela segunda vez. E veio Marina, filha de Isabella. Marina tinha 5 anos quando Juliana me avisou que eu seria avô. Por que não outra mulher? E veio Luisa, hoje com 21 anos. Tetê, com quem estou casado atualmente, já veio com o pacote completo, incluindo Carolina, hoje com 24 anos e com quem eu convivo há sete.

    Ou seja, há muito tempo venho tendo relações muito próximas com mulheres. E tenho aprendido muito com elas, admirando sua sagacidade, inteligência, determinação e a capacidade de ter que enfrentar cotidianamente o machismo estrutural da nossa sociedade.

    Já fui machista? Certamente sim. Mas ao longo do tempo, minhas filhas, minha neta, minha enteada e suas mães vêm se ensinando e mostrando que o caminho é rumo a uma sociedade igualitária, na qual mulheres e homens devem ter os mesmos direitos.

    Para se despir do machismo, temos que deixar aflorar o lado feminino que existe em nós. Se não o fizermos, não vamos aprender nada em relação às mulheres, não vamos assimilar nada.

    Acho que, não por coincidência, minhas filhas e neta, e suas respectivas mães, são mulheres progressistas, libertas, feministas. Daquelas que acham que lugar de mulher é onde elas quiserem estar. E ponto final.

    Voltando à Janja, há aqueles e aquelas que vão falar muito mal dela, que deveria se recolher ao seu lugar de primeira-dama passiva.

    Podem falar, podem espernear à vontade; não vai adiantar. Tudo indica que Janja veio para mudar padrões.

    E, se for isso mesmo, pode contar com o meu apoio e minha torcida.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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