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Donizeti Nogueira

Ex-senador pelo PT do Tocantins

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Lava Jato, a laranja podre do Judiciário

Os integrantes da Lava Jato cometeram as piores atrocidades ao desconsiderar sentimentos humanos, valores basilares da democracia, o respeito às leis e a soberania nacional

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Por Donizeti Nogueira

Há um ditado popular bem conhecido que expressa a situação em que as pessoas, devido às companhias e as influências destas, agem e falam da mesma forma. Isso significa que se as companhias forem más e agirem de forma errada, essas pessoas tenderão a se tornar más e a agir de forma errada. A isso podemos chamar de contaminação, que pode virar uma epidemia ou até mesmo uma PANDEMIA.

Prezado ministro Luiz Edson Fachin, na condição de senador naquele momento, fui um dos seus eleitores, o que contribuiu para a sua aprovação, no Senado Federal, para a ocupação da vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal.

Com a sua decisão que reconhece, mesmo que tardiamente, a incompetência da “república de Curitiba” para julgar as denúncias fraudulentas contra o ex-presidente Lula, resolvi me manifestar. E volto então ao postulado acima, escrevendo textualmente o ditado popular "UMA LARANJA PODRE CONTAMINA TODO O CESTO”. Isso significa para mim, nesse contexto, que é preciso  ter um  trabalho cuidadoso de retirar a “laranja podre” do cesto para salvar as outras.

A sua decisão do dia 8/3 , de anular a arbitrária condenação de Lula pela Lava Jato, ainda me fez recordar um outro ditado popular “DE CAVALO DADO NÃO SE OLHAM OS DENTES”. Ou  seja, mesmo considerando que em sua decisão está embutida a possibilidade de outros desdobramentos e/ ou intenções para além da reparação parcial de uma injustiça cometida, o meu sentimento foi um misto entre aplaudir e criticar sua resolução.

Ministro, o senhor é um homem probo e sério, um jurista respeitado que, ao me visitar no meu gabinete do Senado à época, por ocasião da sua caminhada em busca de apoio para sua indicação ao cargo de ministro do STF, me afirmou, categoricamente, ser um garantista e que teria, antes de tudo, a Constituição Federal como referência das suas decisões.

Agora, do meu modesto ponto de vista, o senhor está perdendo a oportunidade de salvar o Poder Judiciário, tendo em vista sua condição de cesto onde estão as laranjas, todas elas, neste momento. Para tal deveria ousar, de forma direta e historicamente honrosa, a retirar a LARANJA PODRE (Lava Jato) que traz consigo toda a putrefação agora plenamente conhecida e reconhecida em todos os cantos e por todas as formas e informações. Devia salvar as outras laranjas da contaminação, salvando o cesto com a retirada da  parte podre. A tarefa era livrar o País dessa podridão  que se deu em função dos elementos da vaidade, da mentira e da traição ao nosso país e ao nosso povo.

Ministro, o senhor deveria repensar e não se deixar  contaminar ainda mais por essa “laranja podre” que desonrou o mundo jurídico e feriu violentamente a democracia. A tarefa era ajudar o Poder Judiciário no combate ao cancro devorador de empregos e riquezas nacionais, destruidor do Estado Democrático de Direito. Os danos da Lava Jato ao nosso povo são inestimáveis, as perdas são irreparáveis.

DesMOROnado está o edifício que se construiu em torno da figura do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro e de seus também desmoralizados  cupinchas do Ministério Público Federal. Portanto,  ministro Fachin, neste momento o que se há de garantir é a verdade dos fatos à luz da justiça e punir todos aqueles que de forma direta e indireta nos expôs à situação caótica em que estamos mergulhados.

Os integrantes da Lava Jato cometeram as piores atrocidades ao desconsiderar sentimentos humanos, valores basilares da democracia, o respeito às leis e a soberania nacional. Valendo-se do cargo e de articulações espúrias de um setor do Judiciário oriundo da Casa Grande, claramente faccioso e politicamente comprometido com causas obscuras e antinacionais.

Espera-se de um juiz, como bem disse o senhor, imparcialidade e postura apartidária, o oposto do que fez Moro. A prática do ex-juiz não leva só à anulação de suas decisões, mas também a devida punição pelos atos ilegais e imorais praticados contra o ex-presidente Lula.

No entanto,  não podemos deixar de fora dessa análise os aspectos econômicos resultantes da desastrosa operação Lava Jato, tida, enganosamente, como instrumento de combate à corrupção. Foi e tem sido, na verdade, instrumento de desmonte de conquistas alcançadas ao longo de um processo de estruturação da economia nacional , com o fortalecimento da indústria, principalmente a petrolífera e a de engenharia civil.

O valor retomado de corruptos que agiram ao longo de décadas, calculado  em R$ 4,4 bilhões, tão propalado como um grande feito, nos levou a um prejuízo coletivo de mais de R$ 170 Bilhões e o derretimento de 4,5 milhões de empregos. Não se pode deixar de reparar que os golden boys de Curitiba armaram, junto com os Estados Unidos, uma artimanha para se apossar de R$ 2,5 bilhões em recursos públicos para uma fundação que seria operada por eles, com fins políticos e ideológicos, sem nenhuma transparência.

Assim, prezado ministro Luiz Edson Fachin, o senhor teve a  oportunidade de retirar do cesto (Sistema Judiciário) a Laranja Podre (Lava Jato), resgatando os valores democráticos do Estado de Direito. Esses valores foram ressaltados durante sua fala como representante do segmento do Direito em apoio à  candidatura da ex-presidenta Dilma Rousseff.

Em algum momento, quem sabe, o senhor poderá juntar àquele discurso suas posições alegadamente garantistas e, assim, ousar responder àqueles que ironizam e ameaçam não só a sua história pessoal que antecede a sua condição de ministro do STF, mas também a nossa jovem democracia.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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