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    César Fonseca

    Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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    Lula desarma negociação com sionismo arnamentista para escapar de armadilha bolsonarista fascista

    Se não cortar pela raiz tal mal, politicamente, explosivo, o presidente Lula estará dando continuidade a uma política que, na verdade, não é dele.

    Lula (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

    O governo Lula corre perigo de assumir herança bolsonarista fascista de ampliar comércio de armas com Israel, entrando em contradição com seu próprio discurso de condenar o genocídio sionista praticado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu contra os palestinos na Faixa de Gaza.

    Ao mesmo tempo, o governo tem diante de si outra armadilha sinistra: negocia instalação e ampliação da internet para Amazônia com empresa do multibilionário Elon Musk, aliado do sionismo, cuja esporte predileto tem sido fazer denúncia vazia de que o judiciário brasileiro é inimigo da liberdade de opinião reclamada pelos fascistas bolsonaristas.

    Como negociar com um empresário internacional que alardeia fake news de que não existe democracia no Brasil?

    Se não cortar pela raiz tal mal, politicamente, explosivo, o presidente Lula estará dando continuidade a uma política que, na verdade, não é dele.

    O ex-presidente Bolsonaro e a cúpula militar, que o apoiou, largamente, ocupando vários espaços institucionais na administração bolsonarista, militarizando a governabilidade, em troca de tal apoio, haviam negociado com o primeiro-ministro Netanyahu acordos comerciais na área armamentista.

    Visava-se, na administração do ex-presidente inelegível por oito anos, por tentativa de golpe de estado, em 2023, estreitamento diplomático com o governo sionista, para ampliar o espectro político da direita e ultradireita brasileira com seu homólogo israelense.

    Tal estratégia, por sua vez, sintonizava-se, então, com orientação do governo Trump, dos Estados Unidos, aliado dos dois mandatários direitistas, ícones do fascismo, Bolsonaro e Netanyahu.

    Trio fascista - Esse era o pano de fundo ideologicamente traçado pelo trio Trump-Netanyahu-Bolsonaro, para firmar as bases da ultra direita ideológica no triângulo EUA-Israel-Brasil.

    Elas, por sua vez, estavam sendo cimentadas pelos entendimentos crescentes entre os militares bolsonaristas com o Ministério da Defesa israelense, avalizados pela Casa Branca, sob Trump, objetivando expansão comercial armamentista entre os três países.

    Tratava-se de uma triangulação fascista, essencialmente contrária ao mandamento constitucional brasileiro de construção de unidade política latino-americana, para a paz continental, rompida, ideologicamente, pelo fascismo conduzido pelo trumpismo.

    Por isso, a disposição manifestada pelas forças armadas, agora, no Governo Lula, de fechar contratos de compra e venda de armas com Israel, sustenta-se não em iniciativa lulista, mas nos entendimentos anteriores, deixados como herança e, ao mesmo tempo, armadilha maldita, pelo bolsonarismo fascistóide, para o lulismo social-democrata cair.

    Desarmando a armadilha - A decisão do presidente Lula de suspender, temporariamente, a proposta de compra de armamentos feitas pelo exército nacional, para melhor avaliação dessa transação, desarma armadilha cheia de presságios ideológicos, com o propósito de levar o Brasil a uma aliança armamentista com o sionismo israelense, aliado preferencial de Tio Sam.

    O presidente Lula ficaria muito mal, geopoliticamente, sendo o Brasil um dos construtores do BRICS, cuja missão e propósito é a construção do multilateralismo, oposto ao unilateralismo que pregam Estados Unidos e seu braço armado no Oriente Médio, Israel.

    Como explicar, racionalmente, à população brasileira tal contradição: Lula denuncia o sionismo genocida de Netanyahu, que massacra palestinos na Faixa de Gaza, mas, ao mesmo tempo, autoriza o exército a comprar armas de Israel, conformando-se com acordo anteriormente realizado pelo governo Bolsonaro?

    As pressões internas que se avolumam dentro do governo para desfazer essa negociação que, se concluída, provocaria dores de cabeça intensas no presidente, produzirão, ao mesmo tempo, outra consequência: necessária reavaliação dos pré-acertos em andamento no sentido de concluir negociação com Elon Musk, forte aliado do sionismo, para ter amplo domínio informativo sobre a Amazônia.

    Ao instalar Internet no continente amazônico por empresa do empresário multibilionário que espalha fake news pelo mundo afora de que a democracia brasileira é uma farsa, o presidente Lula poderia dar tiro no próprio pé.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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