Lula em Juiz de Fora: um ato de esperança em meio às tormentas do Brasil
Lula trouxe à tona a esperança que precisamos ter na política e em como ela é transformadora
Olá, camaradas! Seguimos em mais uma semana deste governo desgracento. No entanto, para além das notícias ruins que rondam o noticiário brasileiro, tive a oportunidade de ter um momento de esperança: a vinda de Lula à Juiz de Fora.
Há tempos o ex-presidente nos devia uma visita. Sempre, desde 1989, teve expressiva votação nas eleições presidenciais. Em 2016, no início da tragédia do Brasil, tivemos grandes manifestações contra o golpe. No entanto, devido a alguns problemas de agenda, havia tempos que Lula não pisava na terrinha.
Foi um evento grandioso. Por questões de segurança a organização criou um formulário online para inscrever aqueles interessados em participar do ato. Rapidamente as vagas foram preenchidas. O ginásio do Sport Club Juiz de Fora ficou completamente lotado para ver o ex-presidente. Ouso dizer que, se tivesse um local maior, também estaria lotado devido ao desejo dos(as) juiz-foranos(as) e moradores da Zona da Mata e Campo das Vertentes de ver Lula.
Em eventos como esse abro mão de fazer uma cobertura jornalística. Também opto por não usar eventuais “contatos” para ter uma proximidade maior com a estrela do evento. Gosto de estar no meio do povo. De perceber os sentimentos das pessoas presentes, as falas, as expressões que eventos como esse são capazes de proporcionar.
E foi espetacular. Das arquibancadas vi jovens, pretos, mulheres, idosos, professores, trabalhadores, indígenas, sem-terra. Observei o sentimento de esperança que reunia as milhares de pessoas que ficaram horas na fila para entrar no Sport e assistir as falas de Lula.
A organização acertou em cheio em por ao lado do presidente lideranças populares, como a companheira Adenilde Petrina, uma guerreira do movimento negro, do hip-hop e da periferia de Juiz de Fora, e a companheira liderança do movimento dos catadores de materiais recicláveis da cidade. É o povo à frente, lado a lado com as lideranças políticas capazes de mudar o Brasil.
Diversos políticos mineiros falaram. Era perceptível a ansiedade de cada um dos presentes de ouvir Lula. Afinal, todos e todas estavam lá para isso. Coube a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), entregar a palavra ao ex-presidente. E a partir daí, a fagulha de esperança reacendeu no coração de cada um.
Lula fez um discurso protocolar. Pelo menos pra mim, que ouve cada entrevista concedida por ele, já sabia mais ou menos o roteiro que ia abordar. Usou, ao longo de uma fala de cerca de 20 minutos, as palavras “família” e “bíblia”. Ficou claro que já há um trabalho dos marqueteiros da campanha para inserir temas usados a exaustão por Bolsonaro para atrair e manter votos.
Falou sobre esperança, juventude, reforma tributária, governo popular, entre outros pontos. Trouxe à tona a esperança que precisamos ter na política e em como ela é transformadora. De como precisamos, cada um ao seu jeito, ser um agente político de transformação da própria realidade para que possamos modificar o todo.
Saímos de lá com mais energia, com mais disposição, com mais garra de encarar as eleições mais difíceis da pequena história democrática do país. Não será fácil, mas temos condições de vencer.
Vi pessoas emocionadas. Vi jovens que desejam um mundo melhor. Vi pessoas não tão jovens, como este que vos fala, que desejam ver o Brasil prometido na nossa adolescência, vi trabalhadores em busca de mais direitos, vi profissionais da saúde com esperança de mais investimentos para o SUS, vi professores que desejam uma educação de qualidade, vi idosos que querem mais qualidade de vida. Vi, sobretudo, pessoas que amam e acreditam no Brasil, apesar das porradas diárias que tomamos.
É óbvio que temos, todos e todas, discordâncias de Lula. É óbvio que uma grande parte de nós não gosta da aliança com Geraldo Alckmin. É óbvio que temos visões divergentes sobre os anos Lula e Dilma. É óbvio que sabemos que um 3º governo Lula será muito difícil devido à devastação do Brasil. Cobramos dele, e do PT, porque cremos que sempre é possível fazer mais. Pois ele e o partido nos fizeram/fazem acreditar que é possível um Brasil melhor.
No entanto, neste momento, diante da destruição que vemos no Brasil, tudo isso tem que ser jogado para escanteio. Lula é o único que pode colocar o país no rumo certo. E é por isso que devemos, desde já, nos mobilizar para elegê-lo mais uma vez.
Saí do Sport e escrevo esse texto com a esperança renovada. Obrigado, Lula. Já tenho uma data marcada para nosso reencontro: dia 1º de janeiro de 2023, em Brasília.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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