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    Aquiles Lins

    Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos especiais do grupo.

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    Lula impulsiona transição energética com programa de hidrogênio verde e R$ 18,3 bilhões em incentivos

    Brasil poderá demonstrar, na prática, como uma economia emergente pode compatibilizar desenvolvimento industrial com compromissos ambientais, diz Aquiles Lins

    Presidente Lula sanciona política nacional de hidrogênio verde (Foto: Ricardo Stuckert/PR )

    A sanção do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC) pelo presidente Lula representa um marco crucial na trajetória do Brasil rumo à liderança mundial em energia limpa. O hidrogênio verde é um tipo de hidrogênio produzido por meio da eletrólise da água, utilizando eletricidade proveniente de fontes de energia renováveis, como a solar, eólica ou hidrelétrica. O hidrogênio verde, cuja produção e uso serão incentivados pelo novo programa, desponta como uma das alternativas mais promissoras para a transição energética global, especialmente em setores difíceis de descarbonizar. O Brasil, com suas condições naturais privilegiadas e uma matriz energética já majoritariamente renovável, possui um potencial significativo para liderar esse processo.

    A importância de avançar na produção de hidrogênio verde não está apenas na capacidade de reduzir as emissões de carbono. Mas também na oportunidade de impulsionar o desenvolvimento econômico, a inovação tecnológica e a geração de empregos de alta qualidade. O plano assinado pelo presidente Lula prevê incentivos fiscais de R$ 18,3 bilhões entre 2028 e 2032, uma medida estratégica para a atração de investimentos e a criação de uma cadeia produtiva robusta.

    A aplicação do hidrogênio verde em indústrias como a siderúrgica, cimenteira e petroquímica, além do uso no transporte pesado, são pontos centrais desse programa. Esses setores são grandes emissores de gases de efeito estufa e têm poucas alternativas para reduzir suas emissões de maneira efetiva. Com esta nova política pública para transição energética, o Brasil poderá demonstrar, na prática, como uma economia emergente pode compatibilizar desenvolvimento industrial com compromissos ambientais, servindo de exemplo para outros países.

    Além disso, a diversificação das aplicações do hidrogênio verde torna essa tecnologia ainda mais atrativa. Ele não apenas poderá ser utilizado como combustível para veículos pesados, como também na produção de fertilizantes e no armazenamento de energia, oferecendo uma solução versátil para diferentes desafios energéticos e industriais. Essa versatilidade, aliada à abundância de recursos renováveis no Brasil, posiciona o país como um player importante no cenário global da transição energética.

    É necessário que a implementação do programa seja feita de maneira eficaz e transparente. O sucesso da empreitada dependerá da regulamentação que definirá as condições de concessão dos créditos fiscais, bem como do envolvimento do setor privado e da coordenação com os demais agentes públicos. O apoio contínuo a pesquisas e inovações tecnológicas será fundamental para garantir que o Brasil aproveite ao máximo suas vantagens comparativas e desenvolva soluções competitivas no mercado internacional.

    Avançar na produção de hidrogênio verde não é apenas uma questão de desenvolvimento tecnológico ou ganhos econômicos. É uma necessidade urgente para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e para garantir que o Brasil esteja preparado para as demandas de um mundo cada vez mais focado na sustentabilidade. 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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