Lula não tinha como não endossar Maduro
"Melhor manter o diálogo com quem já conhece do que abrir caminho para um grupo desconhecido assumir o Palácio Miraflores", escreve Alex Solnik
Agora há pouco, depois de falar por telefone com Biden, Lula chamou a eleição na Venezuela de “processo normal”.
Foi um balde de água fria nos que achavam que ele não tinha gostado da nota em que o PT exalta a vitória de Maduro.
Antes disso, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, repudiou o regime venezuelano, que chamou de ditadura, em sua conta no X.
Outros petistas, como o deputado Reginaldo Lopes e os senadores Fábio Contarato, Randolfe Rodrigues e Paulo Paim também questionaram o regime do país vizinho.
A eleição da Venezuela dividiu não só o governo e o PT.
Líderes de esquerda da América Latina, como os presidentes Gustavo Petro, da Colômbia, e Gabriel Boric, do Chile, e o ex-presidente da Argentina, Alberto Fernandez não endossaram a reeleição, anunciada quando faltava apurar 20% dos votos.
O ministro do Interior da Colômbia pediu a recontagem dos votos. Boric foi mais contundente ainda e Maduro já expulsou do país todos os diplomatas chilenos.
Lula sabia que se fizesse o mesmo, Caracas romperia relações, o que iria alijar o Brasil de qualquer interlocução com o detentor das maiores reservas de petróleo do planeta.
Melhor manter o diálogo com quem já conhece do que abrir caminho para um grupo desconhecido assumir o Palácio Miraflores.
Lula não tinha como não endossar Maduro.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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