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    João Paulo Pacífico

    CEO Ativista do Grupo Gaia

    7 artigos

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    Lula x Bolsonaro: a decisão mais fácil e importante da nossa vida

    Em uma época de informações rasas e fake news, explico o motivo de essa ser a decisão mais fácil e importante de nossas vidas

    Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

    “Eu moro em São Paulo, gero empregos. Na minha opinião, esses ambientalistas que ficam com esse papo de proteger o meio ambiente não querem o desenvolvimento. São descolados da realidade.”

     Será mesmo???

    Sou executivo do mercado financeiro há 23 anos e também conselheiro de uma das maiores ONGs ambientais do mundo. Apresento aqui a resposta ao questionamento inicial em 3 itens e a escolha óbvia que precisamos fazer!

    1. Pobre vale menos?

    Imagine a manchete: 129 executivos da Faria Lima morreram hoje. O que aconteceria com o país? Como seriam as investigações?

    E por que não ficamos chocados com a morte desse mesmo número de pessoas em Pernambuco, decorrente de um desastre climático neste ano? Isso sem contar as mortes em Petrópolis, Belo Horizonte, São Paulo e tantos outros lugares.

    Por elas serem pobres, suas vidas valem menos? 

    2. Você gosta da inflação?

    Vivemos em uma sociedade muitas vezes desumanizada em que, para algumas pessoas, o dinheiro vale mais do que vidas. Então, vamos de argumentos financeiros.

    Segundo Christine Lagarde presidente do Banco Central Europeu, as mudanças climáticas têm impacto claro na inflação. “Se mais e mais desastres climáticos, secas e fomes ocorrerem em todo o mundo, haverá repercussões nos preços, nos prêmios de seguros e no setor financeiro”, disse em entrevista à revista Madame Figaro.

    Os desmatamentos e queimadas aumentam a emissão de gases do efeito estufa, que geram mudanças climáticas. Como consequência teremos crises hídricas, gerando falta de água nos reservatórios e aumentando o custo da energia e inflação.

    3. Até o agro vai sofrer

    A agricultura e pecuária já estão sendo muito afetadas. Segundo um estudo publicado na revista científica Nature Climate Change, se não houver investimento em adaptação, a porcentagem de agricultura fora do ideal climático na região central do Brasil pode chegar a 50% na próxima década, afetando diretamente o bolso de todos os envolvidos no setor.

    Menos áreas produtivas significam aumento no preço dos alimentos e da fome. Atualmente temos 33 milhões de pessoas que não têm o que comer no nosso país, algo desumano, imagina o caos que poderemos chegar com uma crise na agricultura.

    O que fazer?

    Se algum desses argumentos te tocou, você deve estar se perguntando o que fazer.

    Precisamos de um posicionamento responsável das empresas. Não podemos permitir que ESG (ambiental, social e governança) seja uma pequena área das companhias ligada ao marketing. Deve ser um compromisso que começa com o conselho de administração, passando por todas as diretorias. Sugerimos que esteja em Estatuto, assim como fazem as Empresas B no mundo. 

    Mas só as empresas jamais conseguirão resolver esse problema sozinhas. Não existe agenda ambiental em uma esfera institucional frágil e vulnerável. Nos últimos três anos e meio, vimos uma série de graves ataques que colocam em risco a democracia do nosso país. 

    Em editorial publicado no dia 25 de outubro, a revista Nature, uma das mais renomadas do mundo científico, afirma que a reeleição de Jair Bolsonaro representa uma ameaça à ciência, democracia e ao meio ambiente. Segundo o artigo, os danos de mais quatro anos de Bolsonaro podem ser irreparáveis.

    No dia seguinte, o New York Times divulgou vídeo em defesa da Amazônia e disse que eleição brasileira é “o dia mais importante para sobrevivência do planeta”. Eles não diriam isso à toa.

    O governo tem um papel fundamental na agenda climática, inclusive o Programa de Governo da chapa Lula-Alckmin se comprometeu com a agenda transversal apresentada pela ex-Ministra e Deputada Federal recém eleita Marina Silva.

    O governo atual promoveu uma destruição dos órgãos de fiscalização ambientais. A boiada do Ricardo Salles passou e o desmatamento cresceu como nunca. Ao longo dos dois mandatos do Lula, a taxa de desmatamento da Amazônia caiu 67%. Já nos três primeiros anos do governo Bolsonaro, o desmatamento aumentou em 73%.

    Taxa de desmatamento da Amazônia por presidente


    Amanhã nossa sociedade tomará uma decisão que definirá os rumos do país. Junto com seu voto vai a sua consciência.

    Nos últimos anos, o Brasil perdeu bilhões de reais de investimentos externos, como por exemplo os recursos do Fundo Amazônia, por conta do negacionismo climático. Precisamos reverter isso, seja pelo meio ambiente, pela economia, mas principalmente pela vida.

    E você, sabendo disso, irá ignorar essas informações?

    Com que cara irá olhar para seus filhos e filhas daqui a 10 anos?

    Em qual lado da história você decide estar?

    Essa é a decisão mais fácil e importante da nossa vida.

    Dia 30, vote 13 pela vida!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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