Maconha legalizada nos Estados Unidos. E agora conservadores?
O uso recreativo da maconha foi aprovado em dois dos cinco estados que o submeteram a consulta nas eleições americanas. Com aprovação em Maryland e Missouri, esse tipo de uso de maconha será legal em 21 dos 50 estados dos EUA. A partir de janeiro de 2023, em Nova York a maconha começou a ser vendida para o público geral aberto. A pergunta que não quer calar é: Que país terão os conservadores do Brasil como modelo de “Estado conservador dos bons costumes cristãos?
Em novembro de 2022, cinco estados dos Estados Unidos consultaram seus eleitores sobre o uso recreativo da maconha nas eleições de meio de mandato e apenas dois deles, Maryland e Missouri, apoiaram sua legalização.
Por outro lado, a consulta obteve resultado negativo em Arkansas, Dakota do Norte e Dakota do Sul, onde prevaleceu o voto “não”.
Em todos os cinco estados, o uso medicinal da maconha já era permitido e apenas em Maryland e Missouri os eleitores optaram por dar um passo adiante e apoiar o uso recreativo.
Com esses dois territórios, já são vinte e um estados que legalizaram essa droga para fins recreativos.
Em Dakota do Norte, os eleitores já rejeitaram a legalização total da cannabis em 2018 e em sua irmã do Sul, uma medida semelhante já foi aprovada em 2020 que foi anulada pela Justiça estadual.
A descriminalização do uso da maconha é um dos grandes compromissos do Partido Democrata em nível nacional, mas, embora em nível local também existam representantes republicanos que a apoiam, a maioria dos conservadores da Câmara se opôs à medida, que impediu que os progressistas a implementassem.
Nova York inicia a venda de Maconha para o público
Em janeiro de 2023 iniciaram-se as vendas de maconha legal para uso adulto em Nova York, conforme anunciado pela governadora do estado, Kathy Hochul.
O primeiro dispensário de maconha do mercado adulto está localizado no bairro de Manhattan e é operado pela Housing Works, uma organização sem fins lucrativos que fornece uma variedade de serviços para pessoas vivendo com HIV/AIDS, sem-teto, ex-prisioneiros e indivíduos envolvidos na justiça .
Isso marca um marco crítico no esforço de Nova York para reparar os danos resultantes do impacto desproporcional da proibição da maconha.
A Housing Works é um dos 36 licenciados condicionais para dispensários de varejo para uso adulto aprovados até o momento pelo Conselho de Controle de Cannabis do estado. Das licenças concedidas, 28 são para empresas pertencentes a indivíduos envolvidos no processo de crimes relacionados à maconha e 8 são para organizações sem fins lucrativos. As vendas de maconha legal para uso adulto começaram em Nova York, conforme anunciado pela governadora do estado Kathy Hochul .
“A indústria continuará a crescer a partir daqui, criando oportunidades inclusivas em todos os cantos do estado de Nova York com receita direcionada para nossas escolas e revitalizando comunidades”, acrescentou o governador.
E agora conservadores?
21 dos 50 estados, quase a metade dos Estados Unidos, legalizaram a maconha para uso recreativo. Nova York, uma das maiores janelas de cultura norte-americana já tem suas primeiras lojas de venda de cannabis para o público em geral. O que resta saber é o que irão falar agora os conservadores vira latas de plantão no Brasil ao tentar colocar os Estados Unidos como um modelo de cultura cristã e pentecostal? A legalização da maconha, além de acabar com o problema do narcotráfico (E a corrupção política e institucional necessária para o narcotráfico sobreviver) está se tornando é uma indústria geradora de novas oportunidades, tecnologias e desenvolvimento científico.
O grande paradoxo do avanço da legalização da maconha nos EUA é que está fortemente ligado ao conceito de liberdades individuais que tanto encanta os conservadores do Brasil. O uso recreativo do cannabis já é uma realidade indiscutível no país do norte e terá que formar parte do debate no Brasil sobre liberdades individuais e luta contra o narcotráfico.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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