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    Mallu Magalhães e a juventude

    Talvez o samba, junto com o futebol, sejam as culturas mais agregadoras e mobilizantes que vemos em solo nacional. Por isso soa tão estranho quando alguém acusa segregação nesse meio

    Cantora Mallu Magalhães (Foto: Luis Mauro Queiroz)

    Certas coisas chegam a ser cômicas, de um certo ponto.

    Fui impactado não só uma, mas algumas vezes pelo vídeo de Malu Magalhães, que circula viralmente na internet.

    Em uma apresentação no programa de Fátima Bernardes, na TV Globo, a cantora afirmou que a música que tocaria a seguir era "...para quem é preconceituoso e diz que branco não pode tocar samba. "

    Pensei: – é, no mínimo, uma opinião dela. Não é comum ver críticos bradando aos céus que ícones como Noel Rosa, Vinícius de Moraes, Caetano Veloso, Edu Lobo e Chico Buarque são farsantes ou impróprios de suas composições por serem brancos.

    Há, sim, uma crítica – deturpada e errônea – que taxa a bossa nova de música-classe-média e de apartamento. Mesmo sabendo que deve-se a nomes como o de Nara Leão o resgate de grandes sambistas da era de ouro do samba, como Cartola e Nelson Cavaquinho.

    Talvez o samba, junto com o futebol, sejam as culturas mais agregadoras e mobilizantes que vemos em solo nacional. Por isso soa tão estranho quando alguém acusa segregação nesse meio.

    Sempre foi assim? Não. O futebol chegou ao Brasil elitizado. O samba já foi visto como chulo. Em algum momento, as duas culturas cruzaram-se e casaram-se, inclusive.

    Mas tudo isso continua sendo uma mera opinião de uma cantora que, pessoalmente, nunca havia ouvido.

    Mas me impressionou o texto de Adriana de Barros, colunista da UOL, intitulado: " Tá criticando a Mallu, mas o que você conquistou aos 24 anos? ".
    Convenhamos, é um título sugestivo.

    Adriana pinta Mallu como uma injustiçada pela crítica, dado o seu comportamento e estilo de vida, digamos, alternativo.

    A colunista continua, indagando se seria injusto esquecer toda uma carreira por conta de tal frase. Por fim, repete o desafio do título.

    O texto de Adriana constrói Mallu como uma mártir meritocrática. Então, que se eximam quaisquer erros – ela conquistou tudo aos 24 anos.

    E para Mallu – de vinte e quatro anos – deixo um conselho que Nelson Rodrigues dava aos jovens: envelheçam.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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