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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Marçal é caso de polícia

"Tem que ser banido não só dessa eleição, mas da política", diz Alex Solnik

Pablo Marçal (Foto: Reprodução/YT)

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A ascensão meteórica de Pablo Marçal não se deve a suas ideias e soluções para os inúmeros problemas de São Paulo, na realidade as únicas propostas que apresentou até agora foram erguer um prédio de um quilômetro de altura e encher a cidade de teleféricos; não se deve a alguma contribuição que deu a essa ou a alguma outra cidade; não se deve a ser um urbanista, um arquiteto, um sanitarista, um engenheiro, um sociólogo -  não se sabe, aliás, qual é a sua profissão; não se deve à equipe que pretende colocar no governo, pois ele nunca a apresentou, se é que a tem um noviço sem relações com notáveis especialistas, seja na cultura, na ciência ou na política; não se deve à força do seu partido, que não tem um deputado sequer na Câmara Federal, e cujos dirigentes aparecem nas páginas policiais com mais frequência que nas de política.

A sua ascensão deve-se ao rótulo de bolsonarista, que tenta ser mais bolsonarista que Bolsonaro, o que é um péssimo exemplo para quem começa na política, espelhar-se no pior presidente da República até onde nossa vista alcança e ao concurso em que premia com dinheiro quem dissemina mais as calúnias que espalha a respeito de seus concorrentes.

Hoje os jornais informam que suas redes sociais estão suspensas até o fim das eleições. Ele reagiu como tem reagido, dobrando a aposta, negando-se a cumprir determinações da Justiça, culpando “os outros”, prometendo vingança, jogando seus admiradores contra as instituições, fazendo seu papel de “antissistema” e incentivando seus “colaboradores” a imitarem sua conduta delituosa.

Já foi punido por caluniar o concorrente Guilherme Boulos, mas continua com as calúnias. Numa democracia, a palavra final é sempre da Justiça, mas, para ele, a palavra final é sempre a dele. 

Ser “antissistema” é ser contra o sistema político, contra o sistema judiciário, contra o sistema eleitoral; é ser contra o regime democrático. Essa é a realidade. É ser anti-democrático. E a alternativa à democracia é uma ditadura.

Ele é o oportunista que luta contra o sistema, mas usa o sistema quando precisa, como neste caso da suspensão de suas redes, da qual tem o direito de recorrer. De acordo com o sistema que tenta destruir.

A suspensão das redes é o primeiro passo para cortar suas asinhas, mas devem ser dados outros, porque a lista de suas falcatruas é enorme, e vai desde a participação em quadrilha de assaltantes, na juventude, até a atual campanha, com realização de concursos e premiação feita por sua empresa, o que é ilegal numa campanha eleitoral. 

Além de suspender suas redes, os perfis de “colaboradores” que continuam espalhando calúnias também deveriam ser suspensos.

Está muito claro que ele não tem a menor intenção de disputar em igualdade de condições com os outros candidatos, e sim levar vantagem, passar a perna neles, nas instituições, nos eleitores e colocar em risco o futuro de São Paulo, falando do alto de sua fortuna de quase 400 milhões de dólares, que ninguém sabe como construiu um cara de 37 anos que nunca ganhou, até onde se sabe, na loteria nem recebeu herança milionária, nem choveu dinheiro em sua horta.

Se ele foi e é capaz de se envolver em tantas situações obscuras que, no final, resultaram em patrimônio gigantesco, é evidente que seu grande objetivo na vida é enriquecer cada vez mais, de preferência sem fazer força, e ele está de olho não em melhorar a cidade, mas em aumentar seu patrimônio, está de olho no orçamento de R$100 bilhões por ano da maior cidade do país.

A Justiça Eleitoral não pode permitir que uma pessoa cujo passado a condena e cujo presente é nebuloso, para dizer o mínimo, concorra ao terceiro cargo mais importante da República. 

Tem que ser banido não só dessa eleição, mas de qualquer uma, hoje e sempre. Tal qual jogadores de futebol flagrados em doping. 

Marçal é caso de polícia, não de política.

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