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    Eduardo Guimarães

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    Milei, Bolsonaro e Trump assumem conspiração

    "Extrema-direita mundial, hoje liderada por Trump, Bolsonaro e Milei segue unida", escreve Eduardo Guimarães

    Milei, Trump e Bolsonaro (Foto: REUTERS/Cristina Sille | REUTERS/Mike Segar | REUTERS/Adriano Machado)

    Trump comemora a vitória de Milei: “Estou muito orgulhoso de você”.  A vitória do candidato da ultradireita na Argentina ocorre no embalo de acordos políticos entre ele, Donald Trump e Jair Bolsonaro. E eles  não fazem a  menor questão de dissimular essa aliança. 

    “Estou muito orgulhoso de você. Você vai transformar o seu país e tornar a Argentina grande novamente!”, escreveu o ex-presidente norte-americano em sua plataforma Truth Social, sendo esta última frase uma referência ao próprio slogan de Trump, “Make America Great Again” (Torne a América Grande Novamente).

    Já o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, por sua vez, comemoraram a vitória de Milei. “Que esses bons ventos alcancem os Estados Unidos e o Brasil para que a honestidade, o progresso e a liberdade voltem para todos nós”, escreveu o ex-presidente.

    É uma aliança pra lá de poderosa. Segundo levantamento do “New York Times”, ex-presidente dos EUA pode ganhar a eleição DE 2024 contra Joe Biden com base no resultados dos “Swing States”.

    Esses Estados em questão são os chamados Swing States, que não têm uma maioria democrata ou republicana historicamente. São considerados decisivos para as pretensões eleitorais de Trump e Biden.

    O ex-presidente tem a maior vantagem em Nevada, onde conta com 52% das intenções de voto contra 41% de Biden. Em Arizona, Georgia, Michigan e Pensilvânia, as vantagens são apenas numéricas. Wisconsin é o único no qual a população prefere Biden : 47% X 45%. Na média dos 6 Swing States, Trump fica com 48%. Já pesquisa CNN feita há 15 dias mostra Trump com 49% de intenções de voto contra 45% de Biden. 

    É cedo para dizer que Trump vai vencer, mas as chances dele são ENORMES apesar de todos os crimes que cometeu. E, se vencer, a coisa vai se complicar por aqui. 

    Ano passado, o diretor do Serviço de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) reuniu-se com interlocutores do governo de Jair Bolsonaro mandando recado do presidente dos EUA, Joe Biden, de que o presidente brasileiro não tentasse golpe, como bem informou a agência de notícias Reuters em reportagem que bombou no planeta inteiro.

    Trump, Milei e Bolsonaro estão aliados. Se Trump vencer, acabam-se as restrições a um golpe no Brasil. Já a aliança de Lula com Biden claudica. A guerra no Oriente Médio os afastou e mesmo que Biden se reeleja, não há certeza de que continuará protegendo o Brasil da extrema-direita golpista. 

    Já a extrema-direita mundial, hoje liderada por Trump, Bolsonaro e Milei segue unida. Fragilizada nos seus países, à exceção da Argentina, mas totalmente unida. 

    No Brasil, há uma preocupação muito forte em relação a Lula. A aliança que o elegeu se fragmentou e o presidente enfrentam dificuldades até em seu campo político. Recentemente, escolhas para o STF e alianças com a direita no Legislativo decorrentes da ínfima minoria que a esquerda elegeu para o Congresso em 2022 causaram fortes ruídos. 

    Se Lula e as forças que lhe permitiram chegar ao poder não se reaglutinarem, a extrema-direita tem chances concretas de voltar. E se voltar, não cometerá (de novo) o erro de deixar a esquerda livre ou até mesmo viva para reagir. 

     

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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