Miolo de pote
O "mito" é de uma esterilidade intelectual e imaginativa de dar vergonha para o pior dos seus interlocutores, aliás, não houve sabatinador do Roda Viva de ontem que não tenha se sentido minimamente constrangido com a pantomima armada por Bolsonaro
A entrevista do 'Minto' ontem, 2a. feira, 30/07/2018, no programa de entrevistas que é um tronco de aroeira roxa para os candidatos da esquerda e uma pluma suavizante para o plantel da direita é destes eventos para entrar na história; me refiro ao 'Roda Viva' exibido pela TV Cultura de São Paulo.
O 'noves fora' da armação se deu ontem com o presidenciável da ultra-direita, Jair Bolsonaro, aquele que mede pessoas negras por arroba (a 'arroba' é uma unidade de medida trazida pelos portugueses para a aferição do peso de animais); segundo Bolsonaro, aquilo não passou de uma "brincadeira".
É o mesmo sujeito que "não estupra porque é feia" [referindo-se a deputada federal pelo PT/RS, Maria do Rosário]; que defende que a mediação de conflitos acerca da propriedade seja feita na base "da bala", mesmo em um país onde quase oitenta por cento das propriedades rurais são ilegais ou irregulares, fruto de 'grilagem', apropriação indevida ou mera invasão.
Ele "mitou"! "Mitou" sim... Porque não conseguiu apresentar uma única proposta acerca de temas essenciais para o Brasil e seu futuro se é que isso seja possível a partir das sandices desse sujeito! Nossos índices educacionais, apesar dos importantes avanços nos governos do PT, ainda rastejam; estamos entre os mais baixos da América Latina; ao fim, vencemos Haiti, Honduras e Belize! Celebremos... Mas nada fora registrado de minimamente inteligível a esse respeito.
Para o central mundo do trabalho, absolutamente nada, no que respeita a valorização de suas rendas e de suas condições de realização fora citado; logo esse tema e que interessa diretamente aos mais de oitenta milhões de trabalhadores do país e que caminham a passos largos para a precarização e informalidade.
Nada, nada e nada fora sugerido ou ensejado sobre as fundamentais políticas de moradia e que tornam médias e grandes cidades do país, moedores de gente que passam a gravitar sob toda sorte de riscos mais o aprofundamento fatalístico e irreversível de suas depressões.
O "mito" é de uma esterilidade intelectual e imaginativa de dar vergonha para o pior dos seus interlocutores, aliás, não houve sabatinador do Roda Viva de ontem que não tenha se sentido minimamente constrangido com a pantomima armada por Bolsonaro. Mãos no rosto; sobrancelhas levantadas, desvio de olhos e puxadas alongadas de ar foram os sinais da óbvia "vergonha alheia".
Se há algo a ser reconhecido na performance de Jair Bolsonaro está em sua capacidade de fugir de questões essenciais, de não responder absolutamente nada e de promover o maior contorcionismo verbal desde os ocos argumentativos acerca das tais 'pedaladas fiscais' e que valeram o impeachment da presidente Dilma Roussef em 2016.
Para meu espanto e desgosto tem uma parcela da "esquerda das redes", por sorte, bem pequena; dessas que não se cansa de analisar e o pior e mais sofrível, de emitir opiniões e que afirma em abertas e corajosas letras: "até que foi bom!"
Uau... Como dizem os 'manos': "Tá Çerto!". Verdade é tudo e quem gosta, gosta; fazer o quê!?! A gente respeita... Talvez seja alguma identificação não revelada; algum ponto obscuro e mediado por alguma sorte de referência com o "mito"... Não sei, ao certo; de qualquer modo... Pode se servir!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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