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    Rodolfo Fiorucci

    Doutor em História pela UFG, docente no Instituto Federal do Paraná – IF Jacarezinho

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    Moro se trata com fonoaudiologia, mas o que lhe falta é cérebro

    O vexame na conversa de botequim com Pedro Bial, na Globo

    Pedro Bial e Sergio Moro (Foto: Reprodução)

    A Rede Globo continua na sua sanha de inventar um Sergio Moro decente e ético, mas ele mesmo não colabora. Se você apertar muito e torcer com muita força não sai nada dali, é vazio, deserto, nada frutifica. Emite apenas superficialidades, verborragia moralista barata, acreditando que a população brasileira é estúpida o suficiente para cair mais uma vez nessa ladainha.

    Moro, em sua conversa com Bial, mais uma vez demonstrou o quão incapaz é. Além da fono que está fazendo não funcionar, pois continua com a dicção e a sonoridade horríveis (deve ser algo pato-lógico), não ofereceu nada efetivo como pretenso candidato. É um Bolsonaro que desafina a voz e não diz palavrões, mas a essência é a mesma: moralismo raso, fascista, autoritário e desrespeitador da Constituição. Nem com todo esforço do autodeclarado “melhor escritor brasileiro vivo” (Pedro Bial, o poeta de Big Brother), Moro conseguiu se destacar. É um sujeito sem cor, sem alma, sem vigor, sem conteúdo, daqueles seres cinzas de porões de ditadura, mero executor de carnificina, no seu caso, como juiz que destruiu a economia, a política e os empregos brasileiros em prol do seu patrão, os EUA.  Bial chamou a Lava Jato de “maior operação anticorrupção da história”. Melhor escritor vivo não sei, mas piadista com certeza está se tornando. Moro e seu assecla global da vez tentaram de toda forma salvar o MAIOR ESCÂNDALO DE CORRUPÇÃO DO SISTEMA DE JUSTIÇA DA HISTÓRIA, no qual juiz e procuradores burlaram depoimentos, vazaram gravações pela metade, fizeram tortura psicológica com depoentes, grampearam advogados, atuaram com agencias internacionais de forma criminosa e escondidos do Estado e condenaram sem provas. Moro ficou milionário. Dalagnol também. E agora usam a Lava Jato como trampolim político, num desvirtuamento de função pública de Estado que deveria ser rigorosamente punido pelos poderes judiciário e legislativo, esse segundo com a criação de leis que impeçam esse tipo de corrupção. Bial e Moro dizem que a 2ª Instância validou seu julgamento contra o presidente Lula. Sim, aquele em que os desembargadores leram 6 mil páginas em menos de uma semana, cuja conclusão é “Condeno por ATOS INDETERMINADOS”. Moro condenou por convicção... convicção política.

    Ele e Bial demonstraram sua moralidade seletiva e o poder de manipulação e de fake News que uma empresa como a Globo tem. Defenderam a leitura dinâmica do TRF4 mas contestaram a decisão da maior Corte do país, o STF, que julgou Moro parcial porque corrompeu o sistema de justiça. Ou seja, foi corrupto. Moro falou de pessoas que tinham conta na Suíça, gente presa etc. Mas até hoje não conseguiu dizer um único crime do presidente Lula. Nada. Sua argumentação é uma vastidão de vento. 

    Além disso, Moro, como óbvio representante de classe que é (dos ricos), como quase todo judiciário, mais uma vez mostrou seu desprezo pela legalidade e criticou o STF por proibir prisão em 2ª instância, o que é claro na Constituição. Moro se sustenta naquele tipo de argumentação esdruxula, punitivista, de evidente ignorância sobre o Brasil real e a situação carcerária do Brasil. Esse discurso punitivista e “anticorrupção” vai estocando preto e pobre nos presídios por pequenos delitos cometidos devido à imensa desigualdade e pobreza desse país. 40% sem nem ter sido julgado. É um apedeuta sócio-histórico. Mas como declara Ônix Lorenzoni, que foi pego com dinheiro corrupto de caixa 2, Moro o perdoou. Sim, o juiz “impoluto e ético” decidiu perdoar um crime de um político homem, branco e rico. Bem-vindos à Igreja da Nossa Senhora Morista, onde o deus do Olimpo do judiciário perdoa quem quer a seu bel prazer. Lei para quê? E agora Moro lança a público seu próprio posto Ypiranga, o economista Affonso Celso Pastore, presidente do Banco Central durante a Ditadura Militar, que entregou uma inflação de 215% ao ano para o povo. E pelos comentários econômicos que fez sobre inflação e combustível bem se vê que Moro precisará do seu posto Ypiranga. Aliás, o Paulo Guedes (o posto Ypiranga do Bolsonaro original, não o do ParaQuái) acusou Affonso de ter trabalhado para um regime ditatorial. Eu conto ou vocês contam? Esse é o nível do debate dessa gente com pouca dignidade e substância cognitiva. Vivem de servir aos bilionários e a seus projetos de exploração da pobreza e da classe média. São meros executores, não pensam. E quando tentam pensar expõem o deserto intelectual de suas inúteis existências.  Moro, você não merece, mas deixo aqui um conselho: faça uma assinatura no Instituto Conhecimento Liberta (ICL) para pelo menos reduzir essa sua ignorância sobre o Brasil real. Isso vai te ajudar mais que fonoaudiologia. Ah, e procure um gastroenterologista, sério. Você arrota o tempo todo quando fala. Deve ser refluxo. E tenho muito medo do que sai de suas entranhas quando quer se meter em política no Brasil. A primeira experiência nos deixou Bolsonaro de herança e um país de famintos.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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