Música sueca “Leve Palestina” ganha versão brasileira
Apesar da música já ser conhecida nos protestos nos anos 70, Kofia só gravou a música no seu segundo álbum, Mitt Hemlands Jord (Terra da Minha Pátria), em 1978
Considerada o hino da esquerda anti-imperialista, a música “Leve Palestina, krossa sionismen” gravada em 1978 pelo grupo sueco-palestino Kofia, ganha versão brasileira produzida pelo Debate Petroleiro.
Kofia se notabilizou pela luta anti-imperialista nos anos 70 e 80 produzindo canções, cujos ritmos e letras poderosas, transformaram-se em gritos de guerra dos grupos pró-palestinos em todo o mundo.
O próprio nome da banda, Kofia, tradução sueca de “kufiyyah”, que é um tradicional lenço quadrado dobrado e usado em volta da cabeça pelos homens no Oriente Médio e muito popular entre os palestinos, dá a dimensão e o direcionamento político da banda.
O keffiyeh ou kufiyyah foi associado ao movimento nacionalista palestino desde a Revolta Árabe (1916-1918) até mais recentemente, devido à sua adoção pelo líder palestino Yasser Arafat.
Apesar da música Leve Palestina já ser conhecida nos protestos de rua nos anos 70, Kofia só gravou a música no seu segundo álbum, Mitt Hemlands Jord (Terra da Minha Pátria), em 1978.
Segundo o ativista e pesquisador Louis Brehony, nos últimos anos, a Europa tornou-se um campo de batalha entre as classes dominantes sionistas e ativistas pró-palestina, com as antigas forças estatais mobilizando-se contra a oposição a Israel, confundidas com o ódio aos judeus.
Em 1o de maio de 2019, manifestantes em Malmö, Suécia, cantaram Leve Palestina nas ruas. Suas letras foram imediatamente citadas no parlamento pelo primeiro-ministro Stefan Löfven, integrante da ala social-democrata no governo, atacando o que ele chamou de “expressão inaceitável” da música de oposição ao sionismo.
Apesar das tentativas do governo sueco e do sionismo europeu de inviabilizar a expansão da mensagem de Leve Palestina, o 7 de outubro de 2023, marco inicial da luta recente da Palestina e do genocídio de Israel, voltou a destacar a música como cântico sintético das reivindicações dos palestinos. Em 26 de outubro de 2023, ativistas dos direitos palestinos bloquearam três fábricas de armas na Grã-Bretanha para interromper a produção de armas para a guerra de Israel em Gaza. Mais uma vez a música de Kofia, que é o principal fundo musical dos vídeos de denuncia do genocídio de Israel nas redes sociais, dá o tom da manifestação.
A versão em samba-reggae, chamada Viva a Palestina, produzida pelo canal Debate Petroleiro, é a primeira versão brasileira da música de Kofia nas vozes de Jailton Andrade, Mariana Cruz e Edmilson Barbosa. Além disso, a inteligência artificial possibilitou que Carina Olsson, cantora da música original, participasse da versão, cantando em português.
O clipe de Viva a Palestina está disponível no canal do Debate Petroleiro no Youtube e no perfil do Instagram.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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