N.O.R.C.: Nova Onda do Rock Carioca
"Tudo começou com uma reunião organizada pela Funarj, na Lapa – RJ, visando buscar formas de apoiar esse estilo que quase desapareceu na mídia de massa"
Esse é o terceiro artigo de uma série que iniciou aqui:
https://www.brasil247.com/blog/o-que-o-artista-independente-e-o-povo-tem-em-comum e na sequência, esse: https://www.brasil247.com/blog/finalmente-nasce-um-coletivo-de-rock-no-rj, que contam resumidamente o processo espontâneo de criação do coletivo Rio+Rock, no Rio de Janeiro, com o intuito de fomentar o rock na cidade e consequentemente, no estado fluminense. Pra quem acompanhou ou irá acompanhar a partir de agora com a leitura dos textos, tudo começou com uma reunião organizada pela Funarj, na Lapa – RJ, visando buscar formas de apoiar esse estilo que, apesar de aquecido no cenário underground, quase desapareceu na mídia de massa. Mas ainda que o rock viva soberano nos circuitos alternativos, ainda não permite aos envolvidos a obtenção de lucros para se conseguir “viver do rock”, e foi pra isso que concordamos em estar presentes nessa reunião, que ocorreu nos fundos da Sala Cecília Meireles. Como não dá pra ficar esperando a boa vontade daqueles que deveriam promover políticas públicas em prol da cultura popular e da economia local, pessoas que já atuavam em produções de eventos, músicos, etc, se juntaram naquele mesmo dia, ao final do encontro, para estabelecerem o que seria mais tarde esse coletivo citado acima.
Na segunda metade do ano de 2023, já estavam ocorrendo, graças ao coletivo Rio+Rock, vários eventos, desde tributos, shows de bandas autorais independentes, estímulo à imprensa especializada, valorização de profissionais liberais, como fotógrafos, redatores, filmmakers, além da indispensável e estratégica interação entre todos os artistas, por meio de grupos na plataforma Whatsapp (interação essa que também viabilizou a concretização de outros eventos, não produzidos especificamente pelo coletivo, mas influenciados por ele).
Agora, como mais uma manifestação resultante da existência e trabalho da Rio+Rock, eis que irrompe aquilo que os publicitários, marketeiros, produtores e empresários mais amam, que facilita, que ajuda, que permite a propagação e a venda de um produto musical, o tão amado (e odiado por alguns): o rótulo.
Elvis Presley, Chuck Berry e afins não teriam o alcance que tiveram sem o rótulo Rock N’ Roll; assim como Black Sabbath, Judas Priest, Motorhead e outros não teriam, sem o termo Heavy Metal. E assim podemos prosseguir com Pearl Jam, Nirvana, Bush, com o Grunge, ou Limp Bizkit, Korn, etc, com o New Metal. Nesse momento, na cidade carioca, há algo ocorrendo que é até melhor que um rótulo que abrange apenas bandas do mesmo estilo. Por aqui contamos com nada menos que o: NORC, Nova Onda do Rock Carioca.
Incluindo bandas e cantores solos, de todas as vertentes do rock: hard rock, heavy metal, grunge, alternativo, pop rock, punk, etc, o NORC representa mais uma pequena grande vitória do significado do conceito de trabalho em coletivo. Os outros estilos musicais já estão na nossa frente a muito tempo, com suas parcerias, seus “feats”, e claro com um alto derramamento de dinheiro para financiá-los. Mas agora o rock carioca, da mesma forma (apesar da falta de financiamento), se une para colocar em prática, o sonho de viver da música, do rock em especial, promovendo e ampliando os shows, os lançamentos, sempre de forma independente, alimentando a imprensa, criando oportunidades de trabalho, possibilitando a abertura de caminhos e amplas formas para os artistas e sua música se articularem como trabalhadores e empreendedores prósperos, e a criação de um novo mercado do rock brasileiro. Esse é o NORC, Nova Onda do Rock Carioca.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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