Na TV Globo, oportunismo em série expõe “universidades precarizadas”
Globo joga no colo do governo Lula - que acabou de começar - a responsabilidade pela precarização que a própria Rede Globo contribuiu para que acontecesse.
Depois de ter apoiado o golpe de 2016, a prisão ilegal de Lula e a implementação de políticas econômicas neoliberais que destruíram o Brasil, a Rede Globo resolveu mostrar o estrago deixado nas Universidades Federais. Mencionou o milagre, mas oportunamente esqueceu de contar quem é o santo responsável pela destruição destes que estão entre os mais importantes patrimônios conquistados pela luta do povo brasileiro.
A série de reportagens exibida pelo Jornal Hoje (JH) é assinada por Marina Araújo. Em tom pejorativo e dramático, faz questão de mostrar os problemas estruturais e sociais enfrentados pelas duas maiores universidades do Rio de Janeiro: a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Prédios com goteiras, banheiros deteriorados e as longas filas para acessar o restaurante universitário são apresentados como a decrepitude das instituições.
Ao retratar o desolador cenário, a repórter não aponta que foi a Emenda Constituição 95 - ou “Teto de Gastos” - que impôs a redução drástica do orçamento das Universidades Federais. Marina - não se sabe se por opção ou por ordem superior - sequer menciona os nomes do golpista Michel Temer e do genocida Jair Bolsonaro como responsáveis por essa precarização sem limites do patrimônio nacional.
Para além das informações dadas, chama a atenção aquelas omitidas pela reportagem. Ao comparar os orçamentos anuais, mostra que os maiores repasses aconteceram em 2012, sem mencionar que era o período do governo Dilma Rousseff, e os menores em 2022, também sem ligar ao governo Bolsonaro.
Ou seja, há uma dissociação (proposital?) entre os eventos políticos (golpe, governos, projetos econômicos etc) e a oscilação no orçamento que começa a cair a partir de 2015. Para o JH, parece ser a “vontade divina” que determina o investimento nas universidades.
Resta a pergunta: por que nos últimos 4 anos, enquanto Jair Bolsonaro atacava a ciência, agredia professores, cientistas e jornalistas, e o sinistro da economia Paulo Guedes cortava sucessivamente o orçamento das Universidades Federais em sua política neoliberal alucinada, a Rede Globo não fez uma série de reportagens contando o desprezo que o poder público dedicava à educação?
A resposta é simples: porque a Rede Globo apoiava o neoliberalismo de Paulo Guedes, portanto, é cúmplice e corresponsável por toda a destruição vivida pelo Brasil nos últimos anos. Como essa política neoliberal está permanentemente sendo questionada por Lula, a Globo lembrou que as universidades públicas existem e decidiu expô-las.
Vale dizer que o governo Lula assumiu o compromisso, ainda em campanha, de recompor o orçamento das Universidades e Institutos Federais, de fortalecer a política de financiamento em pesquisa e reajustar os valores de bolsas e salários dos integrantes da comunidade acadêmica e científica. Essas promessas estão sendo cumpridas, como vimos recentemente o aumento das bolsas de pós-graduação, o reajuste aos servidores e a recomposição em mais de 2 bilhões de reais no orçamento das Universidades e Institutos Federais (FAZ O L!).
A reportagem da Rede Globo é de um oportunismo político atroz. Ao criar uma narrativa de destruição do patrimônio nacional sem apontar os responsáveis por isso (O golpe de 2016, o governo Temer, o Teto de Gastos e o governo Bolsonaro), a Rede Globo joga no colo do governo Lula - que acabou de começar - a responsabilidade pela precarização que a própria Rede Globo contribuiu para que acontecesse.
Na série, o objetivo tácito é enfatizar a debilidade das políticas públicas, incentivando a privatização de instituições estratégicas e essenciais para o desenvolvimento e a soberania nacional. Em afã privatista, as universidades são apresentadas ao público como precarizadas e ineficientes. Esses grupos neoliberais perderam as eleições e querem ganhar no constrangimento. Com isso reafirmam seus lugares no lixo da história como excrementos autoritários na democracia.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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