Não ria antes de sábado
"Está marcado o próximo show de horrores"
Como se sabe, haverá uma manifestação da direita na Avenida Paulista no dia 7 de setembro. Mais uma. Bolsonaristas, marçalistas, malafaistas, olavistas e assemelhados pregarão, subliminarmente ou não, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que apreciará um pacote de inquéritos que os atemoriza. O palanque reunirá as natas do reacionarismo, do golpismo e do negacionismo brasileiros.
No asfalto, manifestantes amarelados louvarão figuras abjetas como Elon Musk, defenderão “liberdade de expressão” sem nem sequer saberem o que isso significa, denunciarão bobagens como “ditadura do Judiciário”. Não será surpresa se virmos cartazes como os dizeres “quero meu X de volta”.
Alguns exaltarão Donald Trump, o agente laranja pluricondenado. Muitos enaltecerão Benjamin Natanyahu, genocida, criminoso de guerra. Uns tantos atacarão Janja por ser mulher não omissa, tampouco submissa. Claro, Lula será reiteradamente enxovalhado. Muitos pedirão a soltura daqueles que tentaram um golpe de Estado.
Sobrará também para o ministro do STF Flávio Dino, por ser gordo e “comunista”.
Essa gente toda que irá babar ódio na Avenida Paulista possui extensa capivara. Lá por 2015, então bem mais excitada do que hoje, pediu o impeachment sem crime de uma presidenta da República. Depois, propôs uma tal de “intervenção militar constitucional”, num átimo de criatividade.
Em inacreditável demonstração de incompreensão sobre o quem é quem na mídia brasileira, eles repudiarão no 7 de setembro a Rede Globo. Não se surpreendam se alguém for visto exigindo a permanência de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central (não ria antes de sábado, caro leitor).
O ridículo não tem limite. Voltarão às ruas no sábado, 7 de setembro, pessoas que, durante a pandemia de Covid-19, aglomeraram-se, descartaram máscara de proteção, tomaram e receitaram cloroquina. Desafetos da vida, inimigos do conhecimento, paladinos da desigualdade, destruidores da democracia também clamaram por um ridículo “voto impresso auditável” nas últimas eleições.
Está marcado o próximo show de horrores na Avenida Paulista.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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