Nathalia Urban: intensidade e carisma

Coragem e empatia pautaram a trajetória da jornalista Nathália Urban. Ao contemplar suas falas, não é difícil compreender o quanto a esperança não é utópica.

Acompanho o trabalho do Brasil 247 há oito anos e colaboro tecendo artigos há seis. Minha prontidão textual é generosa. Escrever me encanta, e não arrefeço. Por vezes, me vi em Nathália, principalmente em sua força e maneira natural de fazer jornalismo, sem vaidade.

O communicatio realmente foi exercido por Nathália Urban, ou seja, a comunicação ocorria dividindo o pão, trazendo a notícia, desvendando o fato em seu detalhe/contexto e levando a bandeira das causas sociais verdadeiramente em suas mãos.

Desenvoltura e bom ânimo em cada apresentação jornalística edificaram a marca registrada de intensidade e carisma da grande mulher nascida no dia de Natal. A moça batalhadora e inconformada com as desigualdades do mundo estudou e seguiu sua intuição.

Fora do seu querido Brasil, encontrou na Escócia o nicho propício para realizar seus projetos internacionais, especialmente em relação à defesa dos oprimidos.

Antropologia e Ciências Sociais não foram suficientes; logo, o jornalismo aterrissou em seu coração. Ela desejava conhecer seus semelhantes além do academicismo. E ao escolher o jornalismo, o fez para lutar por uma sociedade mais justa.

Seu jeito simples e direto não deixava lacuna a ser preenchida no ato comunicacional. Oxalá, que “As Veias Abertas”, criação sua na Casa 247, seja justiça, tanto na América Latina quanto nos quatro cantos do planeta, onde exista o desamparo e a dor humana. Nathália entra para a galeria dos defensores da paz e da igualdade. Sempre admirei sua postura altruísta. Lamento sua ausência física, mas louvo seu espírito combativo e sereno, que certamente continuará vivo.

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