Nazifascismo reverso

Durante um dos comícios pelas Diretas Já no Rio de Janeiro, a produção do evento ‘escrevia’ em neon, na cúpula de arquitetura barroca da Igreja da Candelária, o nome daquele que iria discursar no palanque. Em determinado momento o nome de Luiz Carlos Prestes foi anunciado.

Logo após o discurso do comunista, foi a vez de Caetano Veloso que, sem conter sua perplexidade, disse: “pensei que tivesse delirado tudo na minha vida, mas ver o nome do Prestes escrito em neon na cúpula da Candelária... foi demais”.

Talvez o Doce Bárbaro teria dito o mesmo ao assistir o vídeo de Jair Bolsonaro comentando sobre a fuga de Eduardo Bolsonaro para os EUA: “já vi de tudo, mas ouvir Bolsonaro dizer que o nazifascismo avança no Brasil... foi demais”.

O deputado Eduardo Bolsonaro escolheu como estratégia licenciar-se da Câmara Federal para viver alguns meses nos EUA pavimentando uma alternativa de sobrevivência para quando seu pai for preso e a família perder prestígio.

O período de transição até o julgamento dos denunciados no STF dia 25 será de intensificação do vitimismo do golpista chefe que, contradizendo o ímpeto verborrágico de quando era presidente, não terá prazo para derramamento de lágrimas e agirá como autêntico ‘marica’. “Chega de frescura, de mimimi. Vão chorar até quando?”.

Eduardo, aquele que um dia disse que ‘para fechar o STF basta um cabo e um soldado’, agora implora por direitos humanos, por democracia, liberdade de expressão; direitos pelo qual ele e os verdadeiros nazifascistas combateram e lutaram para que fossem extintos de nossa sociedade.

A licença de um deputado federal não inclui fugir para o exterior e conspirar contra seu próprio país. Eduardo está cometendo crime de atentado contra a soberania nacional com pena de quatro a oito anos.