Nazismo ameaça a todos, não só aos judeus

Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

A foto de Bolsonaro sorrindo ao lado da vice-presidente de um partido neonazista alemão chamado Alternativa para a Alemanha suscitou menos repúdio do que eu esperava. Como sempre acontece quando o assunto nazismo vem à baila, entidades judaicas foram instadas a se pronunciar e judeus que apoiam Bolsonaro, estimulados a rever sua posição.    

É incorreto pensar que o nazismo latente no mandatário atual do Brasil ameaça apenas aos judeus e cabe somente a eles contestá-lo. Embora os judeus tenham sido os principais alvos de Hitler, não foram os únicos  Hitler preconizava a “raça pura”, os arianos acima dos demais.

Milhões de judeus foram assassinados em câmaras de gás e por meio de outras atrocidades e dezenas de milhões morreram vítimas da Segunda Guerra, que Hitler provocou. Inclusive, é claro, alemães. Muito mais não judeus do que judeus morreram pelas mãos de Hitler.

Nazismo é, em primeiro lugar, uma ditadura. Por isso deve ser execrado por todos que amam a liberdade. Depois, é uma ditadura que se arroga o direito de matar os que forem diferentes de seu ideal racista. Sejam judeus, ciganos, gays, muçulmanos ou negros.

O Alternativa para a Alemanha está sendo investigado pelo governo alemão por suspeita de conspirar contra a democracia. Suas finanças e seus líderes são monitorados pela polícia. É xenófobo, islamófobo, antissemita, neonazista e anti-vacina.

Nenhum líder do mundo livre recebeu gente desse partido. Essa tentativa de construir uma Internacional Nazista a partir do Brasil deve ser rechaçada por todos os democratas.

O nazismo ameaça a todos, não só aos judeus.     

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