Nem Bolsonaro, nem Terceira Via
"A Terceira Via e Bolsonaro são o retrocesso: do capitalismo ao rentismo, quase feudalismo, e do rentismo à precarização do trabalho, versão pós moderna do escravagismo", escreve o sociólogo Ricardo Attuch
A propósito do artigo publicado no Estadão, de autoria de três mega empresários, intitulado Nem Bolsonaro nem Lula, a melhor resposta é Nem Bolsonaro nem Terceira Via. Até porque são a mesma coisa, se confundem. Representam o Brasil elitista, retrógado, preconceituoso e refratário ao avanço do pacto civilizatório.
A Terceira Via e Bolsonaro são o retrocesso: do capitalismo ao rentismo, quase feudalismo, e do rentismo à precarização do trabalho, versão pós moderna do escravagismo. Bolsonaro e a Terceira Via já (des)governam, sintetizam a opressão e o mais desmedido parasitismo, escudados num abjeto e cínico moralismo, na fraude do processo democrático e na força bruta.
Os três patéticos empresários que levantam tese fraudulenta sobre os governos progressistas, comparando-os e buscando contrapontos com Bolsonaro, querem, como fascistas que são, colocar um anteparo entre a percepção da sociedade e a realidade. Exercício de esperteza, sobretudo para se livrar da aberração que criaram no cenário da política brasileira.
Obra da Terceira Via, o lacerdismo anacrônico, o lavajatismo e o golpe de estado aos poucos vão sendo desnudados, pois os males que causaram ao Brasil serão cada vez mais evidentes.
Sem nenhuma dúvida, nosso processo civilizatório avançou nos governos de centro esquerda, foram governos que promoveram um mínimo de justiça social e deram protagonismo e respeitabilidade ao país no cenário internacional.
Os grandes erros cometidos pelos governos progressistas foram os esforços, especialmente da gestão Lula, para amortecer conflitos, ainda que no nobre afã de construir uma governabilidade que nos permitisse erradicar a fome, dar cidadania aos excluídos e invisíveis e avançar nalguns direitos, como a educação média, profissionalizante e superior para a juventude discriminada pela classe social a que pertencem. E o maior dos erros, as concessões aos parasitas do deus mercado feitas pelo segundo mandato de Dilma. Voraz, não se contentou com tais concessões, a Terceira Via deu o golpe de estado para entregar o poder para gente da estirpe de Temer e Bolsonaro, para os quais os piores adjetivos depreciativos são insuficientes.
É preciso entender que o Brasil bateu no teto, não convive mais com tão perversa concentração da riqueza. E não convive mais com meia democracia. Como Sociedade, nossa saída é evoluir para uma Democracia Radical e Profunda, que contemple a Democracia Política, Social, Cultural e, também, a Democracia Econômica, o que causa arrepios na Terceira Via.
Urge que os verdadeiros democratas, a esquerda e os socialistas, sim, convirjam, desde já, para o movimento político eleitoral que tenha como eixo o discurso da Distribuição Justa e Equânime da Riqueza, não apenas da renda, a Democracia Radical e Profunda, sem o que não reconstruiremos o país, não retomaremos o sonho de Nação, tampouco alcançaremos a Paz Social.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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