Netanyahu, criminoso de guerra, ultraja a democracia, humilha os palestinos, agride manifestantes e ameaça a humanidade
Além dos aplausos, o carniceiro do povo palestino, assasino de milhares de mulheres e crianças, foi tratado como Sua Excelência pelo presidente da Câmara
Por José Reinaldo Carvalho - Sob intensos protestos, o criminoso de guerra Benjamin Netanyahu, como foi alcunhado pelo renomado senador Bernie Sanders, foi recebido com frenéticos aplausos pela maioria do congresso estadunidense, num ato que pode entrar na história como o último dobre de finados daquela que se pretende a mais importante e sólida democracia do mundo, mas da qual não resta senão uma remota lembrança. Cobriu-se de opróbrio.
Apesar da ausência de alguns deputados do Partido Democrata, o que marcou a recepção do maior genocida do século 21 foi a mais rematada identidade da principal instituição política dos Estados Unidos com um dos estados nacionais mais criminosos de toda a história desde que a instituição estatal foi criada. Além dos aplausos, o carniceiro do povo palestino, assasino de milhares de mulheres e crianças, foi tratado como Sua Excelência pelo presidente da Câmara dos Representantes.
A presença de uma figura tão nefasta no Capitólio foi recebida com a viva, legítima e justa cólera e indignação por milhares de manifestantes e personalidades democráticas lúcidas pelo mundo. A punição de semelhante criminoso por enquanto se expressou em atos políticos e no boicote de alguns parlamentares, mas não tarda a hora em que se concretizará por meio de manifestações mais vigorosas. A acolhida calorosa do verdugo de Gaza sublinha a falência e a falsidade dos “princípios democráticos” do sistema político estadunidense, como já tinha ocorrido antes com os “princípios multilateralistas” da política externa do imperialismo norte-americano. Em ambos esses setores do Estado nacional dessa potência imperialista os interesses estratégicos, que sempre são injustos e opressivos para com os povos do mundo, sobrepujam considerações democráticas e de proteção aos direitos humanos.
Em seu discurso perante o Congresso, Netanyahu abordou a guerra genocida contra o povo palestino a partir de sua perspectiva supremacista e colonialista e exercitou sua retórica agressiva contra os ativistas que protestavam por sua presença. Ele deblaterou também contra países que têm como centro da sua política externa a solidariedade com o povo mártir da Palestina, como o Irã, teve o desplante de culpar as forças da Resistência pela morte de mais de 40 mil pessoas e acusou os manifestantes de serem partidários das forças militares da Resistência e financiados pelo Irã.
Não fazendo segredo de suas ambições colonialistas que implicam o aniquilamento do povo palestino, Netanyahu ignorou a reivindicação histórica suprema pela independência, a criação de um Estado palestino.
O plano estratégico do Estado sionista é impedir essa conquista histórica dos palesitnos, algo que foi reafirmado em sessões desta semana do parlamento. Historicamente Israel sofrerá mais uma derrota, porquanto a fundação do Estado palestino, com plena independência e soberania e reconhecimento pelas Nações Unidas é processo inexorável. Aliás, isto em parte explica a ferocidade com que abre fogo contra a população. Quer impedir o que é inevitável com sua usina de morte.
Netanyahu dedicou parte de seu discurso para reafirmar a aliança estratégica entre Israel e os Estados Unidos, um pilar central de sua política externa. Ele enfatizou a importância do apoio militar americano, o que só evidencia a cumplicidade dessa potência imperialista com os sionistas genocidas.
A retórica belicista de Netanyahu contém igualmente ameaças à humanidade. A perpetuação de um estado de guerra contra o povo palestino pode levar a uma conflagração militar em toda a região do Oriente Médio, tornando ainda mais precária a segurança internacional. Sob a liderança de políticos como Netanyahu e daqueles que comandam e pretendem comandar os Estados Unidos, a ameaça de guerra global torna-se cada vez mais presente. Assim, a aliança de Israel com os Estados Unidos afigura-se hoje como o fenômeno político mais nefasto da atual conjuntura internacional.
As forças anti-imperialistas precisam elevar a sua compreensão a respeito disso para situar com precisão quem são os verdadeiros inimigos a combater.
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