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    Tainá de Paula

    Arquiteta e urbanista e ativista feminista. É Conselheira do Centro de Defesa e Direitos Humanos Fundação Bento Rubião e integra a Comissão para Equidade de Gênero do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro

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    Nossas meninas precisam de proteção, e urgente

    "67% das vítimas de violência sexual contra crianças e adolescentes no Estado do Rio de Janeiro, no ano de 2023, foram meninas negras"

    (Foto: Freepick via Agência Brasil)

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    Infelizmente a realidade é que estamos perdendo nossas mulheres, crianças e adolescentes para a violência doméstica, seja de qual tipo for. Sábado, 18 de maio, é Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, e é de suma importância olharmos com mais carinho para esse público.

    Um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) e do Disque 100 revela que 67% das vítimas de violência sexual contra crianças e adolescentes no Estado do Rio de Janeiro, no ano de 2023, foram meninas negras, e o pico de 40% dos casos ocorre com a faixa etária entre 11 e 13 anos.

    Outro dado alarmante da pesquisa é que 86% das vítimas, só no ano passado, eram meninas. São infâncias roubadas e destruídas, para crianças e adolescentes que carregarão para sempre as marcas das violências sofridas.

    Se isso não fosse o bastante, o mesmo estudo mostra que a maioria dos casos de abuso sexual contra essas meninas são praticados por pessoas próximas: pais, padrastros, tios… E eles ocorrem dentro de casa, onde deveria ser um ambiente seguro, de respeito, carinho e acolhimento.

    Apesar dos números assustadores, foram quase 9 mil denúncias de abusos contra elas no ano passado, e a Unicef acredita em uma subnotificação de casos. Segundo o órgão da Organização das Nações Unidas, apenas 7 em cada 100 casos chegam à polícia– menos de 10%. A dificuldade em denunciar tem muitas camadas: crianças que não entendem o que aconteceu, vítimas ameaçadas, e até a conivência de outros familiares aparecem como barreiras nos registros dos casos.

    No Brasil, a campanha Maio Laranja é uma iniciativa que visa dar visibilidade a este assunto, uma vez que, para combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, é preciso entender o problema, conhecer suas causas e consequências, e levantar discussões e diálogos sobre o tema.

    E muito além do Maio Laranja, precisamos estar atentos às nossas crianças e adolescentes no dia a dia, atentos ao comportamento delas. A luta é de todos nós, de toda uma sociedade que precisa se responsabilizar por nossas crianças, que sofrem com essas atrocidades.

    Disse e repito: estamos perdendo nossas crianças e adolescentes para a violência e para o abuso infantil. É preciso dar um basta!

    Saiba onde denunciar casos de abuso sexual:

    Polícia Militar - 190; Samu - 192: Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres ou qualquer delegacia de polícia; Disque 100. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa.

    Os Conselhos tutelares também recebem as denúncias de abusos contra crianças e adolescentes; Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência.

    Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia:

    disquedenuncia@sedh.gov.br; WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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