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    David Nogueira

    Professor e jornalista, foi dirigente da CUT, da CNTE e ex-secretário de Comunicação do PT/RO; membro do diretório PT/RO

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    Nosso “Woody” de Curitiba (sem chapéu) e a “Toy Story” sem graça

    O Golpe da quadrilha Temer foi a materialização dessa política. Punir Lula sem provas é hoje o objetivo dessa política. Não prender a turma do PSDB paulistano (Aécio e companhia) com fartas provas... é "modus operandi" dessa política

    O Golpe da quadrilha Temer foi a materialização dessa política. Punir Lula sem provas é hoje o objetivo dessa política. Não prender a turma do PSDB paulistano (Aécio e companhia) com fartas provas... é "modus operandi" dessa política (Foto: David Nogueira)

    1. Nosso "Woody" de Curitiba (sem chapéu) e a "Toy Story" sem graça

    A Lava Jato é importante demais para o Brasil e precisa ser aprofundada (papo fora disso é demagogia barata).

    Por ter tal peso, jamais deveria ser entregue a meninos com tendências ao estrelismo exacerbado, egos quilométricos e, não poucas vezes, ideologicamente partidarizados. Sem julgar ninguém, cabe a frase: o corrupto tende a ver corrupção em tudo... mas essa visão se limita apenas ao outro, jamais em si mesmo (isso é um fato milenar). Não sei por que lembrei-me das palestras remuneradas do Barbudo (todas fruto de corrupção!!) e as do "Woody" curitibano, sósia do personagem de Toy Story (ali, mesmo nada se sabendo de quem paga o quê e para quem, as palestras foram todas limpinhas, cheirosas e destinadas inteiramente à caridade alheia...). Mas seguindo...

    2 - Vagas para Messias

    Os decantados Messias de Curitiba são uma fraude cultuada pelo interesse da grande mídia, além de outros de nobreza bem menor e de publicação não permitida.
    Custa-me aceitar o naturalíssimo desmonte da grande indústria nacional (além da engenharia civil e naval) nesse processo por vezes torto de uma parte da Lava Jato. Quem vai ganhar com isso ao final?? Ou alguém pensa que tudo está sendo feito por pura "inspiração divina dos meninos de Curitiba"??
    Afora as migalhas visíveis, quem realmente lucrará?

    3 - As perguntas incômodas

    Quais são as grandes empresas nacionais que haverão de sobrar para realizar as grandes obras do futuro ( ou, por acaso, só as estrangeiras estarão aptas?)?

    Quem tocará o Pré-Sal e a Petroquímica do país?? Ou seremos eternos dependentes, condenados ao papel pífio de fornecedores de commodities??

    Chega a ser imbecil não ver o dedo invisível dos americanos nessa mobilização política dentro do sensível tema energia-petróleo.

    Todos (brasileiros e brasileiras) querem o fim da corrupção e a prisão dos corruptos (elementar). No entanto, é básico responder a uma equação: há que se preservar os empregos e nosso patrimônio intelectual, produtivo e inovador do Brasil ou não?

    O caminho lógico é o de punir CPF's e preservar os CNPJ's (dentro do possível) ou será o caminho contrário??

    Nem a Alemanha democrática do pós-guerra nem os EUA ousaram destruir as suas próprias empresas de grande porte que deram sustentação ao nazismo. Os exemplos são muitos (Kodak, Hugo Boss, Volkswagen, Bayer, Siemens, Coca-Cola, Ford, IBM, BMW, General Eletric, Krupp...)

    4 - Não dá para ser eterno Chapolin!

    Vamos parar de fazer papel de abestados inúteis e partamos para analisar aquilo que está por trás dessa lambança sem fim.

    O Brasil vive o dilema entre um projeto mais nacionalista em oposição a um projeto neoliberal entreguista. Esse é o fato. Após quatro derrotas seguidas do projeto neoliberal nas urnas, as "forças ocultas" decidiram se mobilizar na construção do Golpe.

    Esse processo político "paraguaio" se viabilizou a partir das manifestações de 2013 e se consolidou com inúmeros erros do governo Dilma. Não foi a enorme preocupação de nossa bolorenta elite com a moral e a ética a fornecerem o sustentáculo ao Golpe... foi a política e os interesses externos.

    5 - ... sorte é que o povo não gosta de política!

    O Golpe da quadrilha Temer foi a materialização dessa política.

    Punir Lula sem provas é hoje o objetivo dessa política.

    Não prender a turma do PSDB paulistano (Aécio e companhia) com fartas provas... é "modus operandi" dessa política.

    Julgar o "mensalão" dos vermelhinhos de 2005, a partir da teoria do "Domínio do Fato", foi necessidade dessa política. Deixar prescrever o mensalão do PSDB é estratégia dessa política.

    A iluminada turma de Curitiba, por mais que lhe custe acreditar, não é Deus... e, julgo eu, aqueles meninos nem passam perto disso.

    Assim, num arroubo lusitano de presunção, ouso questionar:

    Dallagnol e os demais "curitibanos" devem explicações à sociedade como servidores públicos ou não?

    Questionamentos, dentro do interesse estratégico nacional, não podem acontecer pelo argumento frágil de ser uma prática de quem é "Contra a Lava Jato"???

    Extirpar direitos do povo, rasgar a Constituição e entregar o país ao interesse estrangeiro é a única saída possível para nos consolidarmos como nação?

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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