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      Elisabeth Lopes

      Advogada, especializada em Direito do Trabalho, pedagoga e Doutora em Educação

      56 artigos

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      O assalto ao povo pela extrema direita e direita liberal

      A extrema direita fascista e a liberal agem diuturnamente contra o povo, sempre foi assim. Os direitos que defendem dizem respeito aos seus próprios interesses

      Ciro Nogueira, Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)

      A Extrema Direita fascista e a Direita Liberal agem diuturnamente contra o povo, sempre foi assim. Os direitos que defendem dizem respeito, tão somente, aos seus próprios interesses.

      Em maior número no Congresso, a oposição se vale dessa vantagem para chantagear o governo federal toda a vez que este submete ao Congresso algum projeto de melhoria de vida para o povo, que possa resultar em reconhecimento positivo pelas pessoas beneficiadas.

      As circunstâncias desfavoráveis pelo avanço reacionário de cunho fascista nos organismos legislativos do país, tanto no âmbito federal, como no estadual e municipal tem sido o mais do mesmo com a diferença de que agora é escancarado e sem filtros até o limite que for de encontro aos interesses políticos individuais das camadas extremas e oportunistas da direita.

      Historicamente, os Estados Unidos da América constituem o maior exemplo desse atraso político endêmico, ainda que neste país a propalada democracia exemplar permaneça, em extensa medida, no plano discursivo.

      O país norte americano, símbolo perfeito da tirania excludente do sistema capitalista no mundo, nunca destoou dessa máxima enganadora traduzida por uma pseudo democracia. Segundo o professor Peter J. Messitte, juiz sênior federal dos EUA no Distrito de Maryland: “Os Estados Unidos têm dificuldade de reconhecer e implementar não só direitos sociais relacionados ao trabalho, mas outros direitos de espectro social como saúde, educação, moradia, seguridade social entre outros” (Disponível em: https://www.trt18.jus.br/portal/os-eua-ainda-nao-implementaram-integralmente-os-principios-dos-direitos-sociais-no-pais/).

      Embora essa análise tenha sido feita há 5 anos, ela está atualíssima nos mais variados cenários dos direitos sociais diante das últimas medidas tomadas sob a égide trumpista, tais como: censura ao pensamento livre nas Universidades com chantagem de retirada de fomentos pelo governo federal, expurgo cruel de imigrantes indocumentados, prisão de estudantes por protestarem contra a dizimação do povo de Gaza pelo sanguinário Netanyahu, corte de gastos na área da saúde e pesquisa, entre outras medidas restritivas. País reconhecido pelas pesquisas de ponta na saúde, está ameaçado à estagnação na área de desenvolvimento científico. O Instituto Nacional de Saúde (NIH) que financia pesquisas sofreu cortes impactantes pela face alaranjada e imperialista do governo Trump.

      No Brasil, a última bandeira da extrema direita com a adesão de boa fração da direita liberal é a insistência em pautar e aprovar o Projeto de Lei da Anistia aos condenados que agiram para golpear a democracia e aos réus do núcleo crucial, liderado pelo ex presidente inelegível, se futuramente forem condenados.

      O intuito dos políticos bolsonaristas não se limita em anistiar a turba invasora nos três poderes, a intenção primeira é livrar o ex presidente e seus comparsas fardados e civis das futuras condenações pelos crimes cometidos contra a Democracia.

      Nessa movimentação pela anistia várias figuras emblemáticas do radicalismo político bolsonarista se destacam, como os deputados Sóstenes Cavalcante (PL/RJ), Nikolas Ferreira (PL/MG), um dos maiores produtores de Fake News sobre o governo Lula, General Girão (PL/RN), Carla Zambelli (PL/SP), Kim Kataguiri (União/SP), entre outros extremistas.

      Além de articularem apelações emocionais em relação a situação dos condenados, a bancada bolsonarista ameaça empatar, por meio do expediente de obstrução de pautas, o avanço de projetos na câmara, caso o Projeto de Lei da anistia não inicie sua tramitação. Tem sido uma saia justa para o Presidente da Câmara, Hugo Mota (PSB/SP), realizar esse meio de campo, embora alguns da própria ala radical bolsonarista já estejam repensando em recuar no esquema de obstruções. Todavia, essa mesma ala que recua quando lhe convém, chega ao extremo de apoiar o tarifaço anunciado no decorrer dessa semana pelo governo norte americano, ainda que essa medida prejudique os interesses econômicos de seu próprio país. Vestem o boné Make América Great Again, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas e os membros da família do inelegível.

      Sobre essa postura anti-Brasil, o jornalista e editor responsável pelo 247, Leonardo Attuch, referiu: “Enquanto Lula lança a campanha O Brasil é dos brasileiros, Bolsonaro apoia as medidas contrárias aos interesses nacionais. [...] Diante da agressão tarifária imposta por Washington, Bolsonaro fez o contrário: saiu em defesa das medidas de Trump e ainda aproveitou para atacar o Brasil, acusando-o de estar contaminado por um vírus socialista” (Disponível em: https://www.brasil247.com).

      Nessa materialidade temerária, há tênues diferenças entre os campos das direitas: extrema e liberal. A direita menos aguda, supostamente civilizada, quando vislumbra que alguma medida poderá prejudicar economicamente os setores que representa ou dos quais faz parte, abre mão de sua ideologia opositora à situação. É o caso da ex Ministra do governo de Bolsonaro, Senadora Tereza Cristina (PP/MS), conhecida pela hashtag como “a musa do veneno”.

      Em tempo recorde Tereza Cristina, de maneira hábil, conseguiu liderar a aprovação do Projeto de Lei de Reciprocidade Comercial mediante adesão de 100% dos senadores. No dia seguinte, esse Projeto de Lei foi aprovado na câmara pela natureza da urgência da matéria. Todavia é importante ressaltar que se a oposição ao governo Lula se negasse a aprová-lo, com toda a certeza perderia o prestígio não só por se tratar de um interesse nacional a ser defendido, como ficaria queimada junto aos eleitores e, sobretudo, junto às bancadas representativas das elites econômicas.

      Nessa perspectiva, a mídia hegemônica, em sua costumeira comunicação rapina sobre os fatos, aproveita as raríssimas convergências entre a direita e a esquerda para elogiar o movimento da direita, ao ressaltar sua falsa postura republicana. A mídia corporativa omite, entretanto, que o apoio liderado por Tereza Cristina (PP/MS) aos interesses do governo, só aconteceu para evitar prejuízos aos seus comparsas do agronegócio frente ao tarifaço norte americano.

      Ademais, ao atuar como defensora dos interesses nacionais, ela acabou angariando lucros políticos e comerciais. Quanto a este aspecto cabe questionar: será que a mesma senadora apoiaria em 100% e com o mesmo empenho descrito acima, um projeto que viesse ao encontro de uma efetiva diminuição da desigualdade social, a partir de uma devida taxação sobre as cifras dos super ricos?

      Não por acaso, o vazamento de uma conversa entre o deputado Ciro Nogueira (PP/PI) e um grupo da elite financeira ocorrido nesta semana, revelou a hipocrisia bandida dessa direita centrista, nada civilizada. No diálogo, além argumentar a falsa ideia de irreversibilidade do desgaste do governo Lula, o hipócrita confabulou com os Faria Limers sua crítica ao projeto de taxação dos super ricos pelo governo Lula.

      A proposta que Ciro Nogueira quer colocar em discussão para ser votada na câmara é a de que a contribuição de Imposto de Renda incida somente a partir dos que ganham 150 mil reais por mês e não mais o estipulado pela proposta do governo de taxar os super ricos a partir dos que ganham 50 mil.

      A batalha com políticos da estirpe pérfida de Ciro Nogueira, tem sido uma constante no governo Lula. Por mais que o presidente da República apresente projetos destinados à melhoria da qualidade de vida da população, curiosamente pelas pesquisas, como a apresentada nesta semana pela Genial Quaest, sua aprovação não tem correspondido proporcionalmente às melhorias realizadas pelo governo, pelo contrário tem arrefecido. Esse fenômeno pode ser explicado pelo custo dos alimentos, tendo como uma das causas a crise climática, situação que também afetou outros países, pode residir no aumento do índice de inflação, nas políticas anunciadas cujos os resultados não repercutem de modo imediato no bolso dos brasileiros.

      Apesar do pleno emprego; da elevação do Produto Interno Bruto; do país ter se tornado a 10ª maior economia do mundo, de acordo com o ranking da Austin Rating; do combate à fome; da farmácia popular cem por cento gratuita; da expansão recorde das cirurgias eletivas no SUS; da modernização do SAMU; do aumento das taxas de pessoas vacinadas; do incremento de entregas de moradias pelo projeto de minha casa minha vida, também para as famílias de classe média; da melhoria do valor da bolsa família; da isenção de impostos para quem tem remuneração em até cinco mil reais, a partir de 2026; do projeto Pé de Meia com o finalidade de inibir a evasão no ensino médio; da concessão de empréstimo consignado para celetistas, entre outras políticas que produzem melhorias na vida da população.

      Frente a essa realidade é essencial entender o que está acontecendo no decréscimo da popularidade do governo e nas motivações de encomenda pela mídia dominante de tantas pesquisas seguidas, em sua maioria, patrocinadas por instituições do mercado financeiro.

      Como bem observado pelo cientista político Marcos Coimbra, em entrevista na TV 247 (01/04/25), a realização de pesquisas avaliativas sobre as performances de um governo, muito distante do período eleitoral não consegue demonstrar prognósticos fidedignos a longo prazo. Daqui a dois anos os resultados serão outros.

      É tão verdadeira essa observação que no dia seguinte, o mesmo Instituto Quaest que apresentou avaliação negativa sobre o desempenho do governo Lula, em pesquisa posterior apresentou o Presidente Lula como líder absoluto com relação aos possíveis candidatos que o enfrentarão no próximo ranking eleitoral de 2026.

      Outro aspecto a ressaltar é a ênfase dada pelos conglomerados midiáticos, entre esses, a Rede Globo, quando os resultados das pesquisas são negativos para o governo Lula.

      Nesta última pesquisa, os jornalistas no decorrer da apresentação dos dados sentenciaram o fim do governo quase dois anos antes de seu encerramento. No dia seguinte ao apresentarem a segunda pesquisa feita pela Quaest sobre o ranking eleitoral para 2026, como esperado, eles foram as minúcias para depreciarem os resultados positivos para Lula com relação aos demais candidatos. A desfaçatez dos jornalistas da plim, plim se assemelha a mesma hipocrisia do deputado Ciro Nogueira, que por meio de sua voz mansinha vai destilando sua frustração invejosa por nunca ter sido um político de valor para seus eleitores e para o país.

      Infelizmente nesse horizonte, o povo brasileiro é o mais prejudicado, pois está sob a tutela de representantes vis em maior número no Congresso, é refém de uma elite financeira sem escrúpulo e de uma mídia corporativa vira-lata que se passa por isenta, mas que sempre esteve ao lado do poder econômico que a sustenta. Também temos que considerar a influência das Big Techs, massivamente utilizada pela extrema direita para destilações de ódio e acima de tudo, de mentiras grotescas sobre seus opositores.

      Contudo, há saídas! A maioria do povo brasileiro já provou que há, mediante as cinco vezes em que depositou na urna a sua escolha por um governo progressista. Que essa saída se repita em 2026!

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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