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    Salvio Kotter

    Escritor, tradutor e editor da Kotter Editorial, que vem publicando grandes autores de livros de política de cunho progressista, e também livros de filosofia e de literatura.

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    O ativismo universitário pró-Palestina nos EUA

    Um eco da história e um olhar para o futuro

    Estudantes dos EUA protestam contra genocído na Palestina (Foto: Caitlin Ochs/REUTERS)

    Destoando do crescimento da Internacional de Extrema Direita, o panorama internacional apresenta um significativo alento: a crescente mobilização no cenário universitário americano, caracterizada pela expressiva solidariedade ao povo palestino. Este movimento, que ganha corpo e se dissemina por inúmeros campi nos Estados Unidos (oxalá se expanda para além dos muros das universidades), simboliza uma escalada de descontentamento político e social na comunidade acadêmica, notadamente entre os estudantes, configurando um desafio direto às diretrizes políticas externas da gestão Biden e ao discurso de qualquer candidato à Casa Branca nas eleições deste ano.

    Um contexto histórico marcado por conflitos e mudanças de perspectiva

    Para compreender a magnitude deste movimento, é crucial revisitar a história do conflito israelo-palestino e seu impacto na opinião pública americana. Eventos como a Guerra dos Seis Dias (1967), com a vitória decisiva de Israel e a ocupação de territórios palestinos, e as Intifadas (1987-1993 e 2000-2005), que expuseram a resistência palestina e a brutalidade da ocupação, foram cruciais na formação da consciência crítica de muitos americanos. A cobertura midiática desses eventos, juntamente com o crescente acesso a informações alternativas, contribuiu para uma mudança gradual na percepção do conflito, especialmente entre as gerações mais jovens.

    Dados atuais: a força de um movimento em expansão

    Atualmente, estima-se que dezenas de universidades americanas estejam envolvidas no movimento de solidariedade à Palestina. Os ativistas, em sua maioria jovens estudantes e pertencentes a diversos grupos étnicos e religiosos, têm como principais reivindicações o fim da ocupação israelense, o reconhecimento do direito de retorno dos refugiados palestinos e o estabelecimento de um Estado Palestino independente. O governo americano e organizações pró-Israel têm reagido com preocupação a este movimento, sem olvidar de o acusar de antissemitismo e buscar deslegitimar suas demandas.

    Ecos de solidariedade: paralelos com o movimento anti-apartheid

    O movimento atual de solidariedade à Palestina guarda semelhanças com outros movimentos exitosos de solidariedade internacional que surgiram em universidades americanas, como o movimento anti-apartheid na África do Sul. Ambos os movimentos (o atual e o anti-apartheid) foram liderados por estudantes, utilizaram táticas de protesto não-violento e buscaram pressionar seus governos a adotar políticas externas mais justas. A comparação com o movimento anti-apartheid demonstra o potencial transformador e multiplicador do ativismo estudantil e sua capacidade de influenciar a opinião pública e as políticas governamentais.

    Perspectivas futuras: rumo a um novo horizonte?

    O futuro do movimento de solidariedade à Palestina nos EUA é incerto, claro, mas seu impacto já é significativo. A crescente conscientização sobre a questão palestina e a pressão exercida sobre o governo americano podem contribuir para uma mudança nas políticas externas dos EUA em relação ao conflito. Além disso, o movimento fortalece a luta palestina por autodeterminação, ao dar visibilidade à sua causa e mobilizar apoio internacional.

    A esperança de um futuro mais justo

    A ascensão do ativismo universitário em solidariedade à Palestina nos EUA é um fenômeno inspirador e demonstra o poder da juventude e da solidariedade internacional. Ao ecoar movimentos históricos de resistência e ao desafiar o status quo, esses estudantes, além de estarem lutando por um futuro mais justo e equitativo para todos, estão por certo encorajando estudantes de todo o mundo, notadamente na Europa, a entrar na luta pelos direitos dos Palestinos de existirem e de formar um Estado naquela terra que habitam há mais de dez mil anos.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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