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    Marcelo Diniz

    Vice-Presidente da Associação de Blogueiros de Pernambuco (ABlogPE), editor do Blog Marcelo Diniz. Diretor de Comunicação da União de Negras e Negros pela Igualdade em Pernambuco (UNEGRO-PE)

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    O Brasil como parceiro prioritário da nova rota da seda

    A iniciativa, amplamente conhecida como a Nova Rota da Seda, é um ambicioso programa de investimentos em infraestrutura e logística

    Li Xi (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    A publicação de um artigo do presidente chinês Xi Jinping na Folha de São Paulo, destacando o Brasil como parceiro prioritário na Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), representa um marco na política internacional brasileira e na relação estratégica com a China. A iniciativa, amplamente conhecida como a Nova Rota da Seda, é um ambicioso programa de investimentos em infraestrutura e logística, conectando países de diferentes continentes e promovendo o desenvolvimento sustentável por meio da cooperação multilateral. A mensagem pública de Xi Jinping não apenas reforça a importância do Brasil no cenário global, mas também envia sinais claros para diferentes públicos, tanto no âmbito nacional quanto internacional.

    UM RECADO AO MUNDO: O Brasil não está só.

    Ao apontar o Brasil como um parceiro estratégico prioritário na ICR, Xi Jinping transmite um recado direto aos Estados Unidos, país que historicamente influenciou a política econômica e diplomática da América Latina. Essa declaração demonstra que o Brasil possui opções sólidas e diversificadas em suas alianças internacionais, o que fortalece sua autonomia diante de pressões externas. A parceria com a China é um contraponto à hegemonia americana e reforça a ideia de que o Brasil está integrado a um mundo multipolar, onde o poder não está mais concentrado em uma única nação ou bloco.

    RESPOSTAS AOS PROGRESSISTAS E AO SETOR PRODUTIVO: é hora de apostar no Brasil.

    Internamente, o artigo de Xi Jinping também responde a críticas recentes de setores progressistas e expoentes do mercado produtivo que, ao sugerirem que o Brasil ficaria de fora da Nova Rota da Seda, acabaram fortalecendo a retórica da direita e assanhando os especuladores. A mensagem do líder chinês reafirma que o Brasil está alinhado às grandes transformações globais e não será um espectador passivo no processo de integração econômica internacional. Ao contrário, a inclusão do Brasil como peça-chave na ICR consolida sua posição de destaque nas novas dinâmicas geopolíticas, o que deve ser celebrado por todos aqueles que defendem um país soberano e protagonista no cenário mundial.

    O BRASIL E A LIDERANÇA NO G20: Um papel estratégico na desdolarização.

    Essa declaração ganha ainda mais relevância em um momento em que o Brasil ocupa a presidência do G20, justamente no período em que a desdolarização da economia global avança de forma significativa. A China, como principal promotora dessa transição, consolida sua liderança ao estabelecer parcerias estratégicas com países emergentes, incluindo o Brasil. Analistas já apontavam há anos que a China havia conquistado as condições para exercer um papel central no sistema internacional, mas hesitava em assumir essa posição. Agora, essa hesitação parece ter ficado para trás, e o Brasil emerge como um dos aliados fundamentais nessa nova configuração econômica.

    Essa parceria oferece ao Brasil oportunidades estratégicas, como maior acesso a investimentos em infraestrutura, aumento da competitividade no comércio internacional e fortalecimento de sua moeda e economia diante das transformações globais. Ao lado da China, o Brasil pode desempenhar um papel crucial na construção de uma ordem econômica mais equilibrada e menos dependente do dólar, promovendo uma integração que valoriza as particularidades de cada país.

    TRUMP E OS DESAFIOS DE ENFRENTAR A CHINA

    No contexto americano, a mensagem de Xi Jinping também ecoa como um lembrete de que os desafios para a retomada de uma política de isolamento ou contenção da China serão enormes. O ex-presidente Donald Trump, mal venceu as eleições estadunidenses e já enfrenta resistência dentro de seu próprio partido, especialmente no Senado, onde os republicanos têm adotado uma postura mais independente. Qualquer tentativa de Trump de adotar medidas precipitadas contra a China será dificultada pelo fortalecimento das alianças estratégicas que o gigante asiático tem construído globalmente, incluindo com o Brasil.

    Como diz o ditado popular: “Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come”. Esse cenário reflete bem a posição delicada dos EUA diante da ascensão chinesa e da reconfiguração das alianças globais. A Nova Rota da Seda é, acima de tudo, um símbolo de que o mundo está mudando, e o Brasil está bem posicionado nesse novo tabuleiro geopolítico.

    CONCLUSÃO 

    A mensagem de Xi Jinping publicada na Folha de São Paulo é um claro indicativo do papel estratégico que o Brasil desempenhará no futuro próximo. A parceria com a China no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota coloca o Brasil no centro das principais discussões globais, reforça sua liderança no G20 e projeta sua relevância em uma economia mundial cada vez menos dependente do dólar. Trata-se de uma oportunidade histórica que precisa ser compreendida e valorizada tanto por nossos líderes quanto pela sociedade em geral.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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