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    Luiz Antônio Carvalho

    Jornalista, formado em Filosofia pela Universidade ParisX, Nanterre

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    O cabo e os maconheiros do Copan

    Em estado de choque, o presidente mais covarde e inepto da história do mundo percebeu que os ventos tinham virado contra ele ainda na terça-feira 17 de março

    Edifício Copan, em São Paulo (Foto: Francisco Anzola/Creative Commons)

    Em estado de choque, o presidente mais covarde e inepto da história do mundo, _  mesmo Chamberlain, famoso por minimizar a ameaça nazista, pode ser considerado um azougue diante dele _ percebeu que os ventos tinham virado contra ele ainda  na terça-feira 17 de março.

    No domingo, o cabo Junio Amaral, bolsonarista raiz, deputado federal por Minas Gerais, tinha cutucado a onça com a vara curta do preconceito que costuma mobilizar e organizar sua base social. Precipitou-se em responder a um tuíte da economista Laura Carvalho, visualizado por 800 mil pessoas, e que  reproduzia  o forte barulhaço contra Bolsonaro em curso no Edifício Copan, centro de São Paulo: “Totalizando três maconheiros”, provocou. Dessa vez, perdeu.

    O barulhaço do Copan, que o bolsonarismo gostaria de confinar numa minoria, ignorando a diversidade dos cinco mil moradores dos seus 1160 apartamentos, revelava uma nova realidade que mal conseguiu esperar para explodir no  início do Jornal Nacional da quarta-feira: o topo da piramide social brasileira deslocou-se novamente para o centro e, junto com a esquerda, agora quer se livrar o quanto antes do presidente de extrema direita eleito em 2018.

    De lá para cá, ladeira abaixo. Seu apoio caminha a passos largos para reduzir-se às forças armadas e policiais militares bem representadas pelo cabo Júlio. E, claro, a Fiesp, sempre a Fiesp. Contra ele, agora os governadores do sul,  sudeste e centro-oeste e até mesmo os ruralistas, desafiados pelo clã que agora decidiu fechar para o Brasil o mercado chinês.

    O ajudante de ordens do Silvio Frota, o general Heleno isolado pelo coronavirus, agora terá de desligar o foda-se e passar a vigiar diuturnamente os oficiais que podem derrotar o miliciano-bolsonarismo dentro das FFAA. Caso existam, Merval Pereira deve saber. Já os governadores correm para retomar o  controle de suas polícias.

    E o Lula? Na muda. E porquê viria à boca da cena ganhar pedradas do centro antipetista? Melhor deixar que a aliança espontânea, a frente anti-bolsonarista que se constituiu nas janelas agora escancaradas em defesa do SUS, clamando pela intervenção do Estado e, sobretudo, execrando Bolsonaro. Até mesmo a bandeira do enfrentamento da desigualdade começa a ser desfraldada pelo centro antipetista. Aumentam portanto, as chances de que, antes mesmo do que se esperava, a esperança possa voltar a vencer o medo.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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