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Luiz Fernando Padulla

Professor, biólogo, doutor em Etologia, mestre em Ciências, autor do blog 'Biólogo Socialista'

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O canto da sereia ilude a “ex-querda”

Assim, defender e comemorar a vitória do chavismo, na figura de Maduro que tem sim suas contradições e críticas, é algo que devemos abraçar

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de um evento perto de uma imagem do falecido presidente da Venezuela Hugo Chávez em Caracas, Venezuela, 4 de fevereiro de 2024 (Foto: REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria/File Phot)

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A nova vitória do presidente venezuelano Nicolás Maduro, dando sequência à Revolução Bolivariana do chavismo, despertou análises equivocadas por parte daqueles que se identificam como esquerdistas.

Não é de hoje que o imperialismo tenta propagandear que há uma “ditadura” na Venezuela. E não só lá, mas igualmente em Cuba, Coréia do Norte, Irã, Rússia, China e todos os países que não se submetem aos seus interesses. 

O que assusta é a falta de análise histórica e geopolítica por parte de setores progressistas e esquerdistas. E digo mais: falta muita teoria básica para essas pessoas! Não me coloco, jamais, como dono da razão, até porque enquanto freiriano, sei que somos seres inconclusos e dispostos sempre a aprender e aprimorar nosso conhecimento. No entanto, declarações viscerais e irracionais criticando a democracia da Venezuela só fortalecem aos interesses do imperialismo. A Venezuela, tal como ocorre com Cuba, resiste aos embargos e sanções do império estadunidense. E algumas pessoas não enxergam isso, e preferem a análise rasa e superficial que a mídia corporativa propaga.

E nessa ideia de uma “neo-esquerda”, surgem figuras alienadas e alienantes como Gabriel Boric no Chile, cujo identitarismo levou-o ao poder e hoje ergue voz contra a soberania na Venezuela, colocando sob suspeita a eleição, dando forças ao imperialismo.

A crítica infundada e a repetição de retóricas que se ouve na grande mídia não é atitude dos verdadeiros esquerdistas. Fazer isso é similar ao movimento identitário pura e simplesmente, esquecendo-se a real natureza da esquerda, ou seja, os ideais marxistas-leninistas. Não que as lutas identitárias sejam menos importantes, mas é preciso a análise de que todas essas lutas têm como causa a única raiz: exatamente a luta de classes e contra o imperialismo. 

Ainda que observadores internacionais mostrem que são eleições limpas, a extrema-direita e demais subservientes ao imperialismo, seguem acusando de fraude e não reconhecendo as eleições – seja a de ontem, seja dos demais anos pós-Revolução Bolivariana de Chávez. Essa é uma tática conhecida da extrema-direita. Foi assim com Trump, Aécio Neves, Bolsonaro e agora, mais uma vez, com a oposição venezuelana.

Será que se houvesse a vitória da oposição, haveria essa mesma comoção e indignação? É óbvio que não.

Assim, defender e comemorar a vitória do chavismo, na figura de Maduro que tem sim suas contradições e críticas, é algo que devemos abraçar. Sejamos dialéticos, mas coerentes com nossos ideais e nossas lutas!

Enquanto cairmos nessas mentiras propagadas e desviarmos o foco, tendo na Venezuela a expressão máxima de resistência contra o imperialismo na América latina, a extrema-direita ganhará cada vez mais campo, enfraquecendo nossa luta e o seguimento pela transformação desse sistema.

Ou a esquerda realmente se debruça sobre a teoria, estuda e se informa com verdades, ou suas ações inconsequentes e equivocadas colocará tudo a perder. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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