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Chico Junior

Jornalista, escritor e comunicador

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O caso Jefferson e o debate na Globo mudam algo?

Bolsonaro precisa que todos os brancos, nulos e indecisos sejam dados para ele, o que é praticamente impossível acontecer

Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS)

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Algumas pessoas estranharam o fato de as pesquisas de ontem, quinta-feira (Datafolha, Quaest e Atlas/Intel) não terem refletido o caso Jefferson negativamente para o lado do Bolsonaro. 

Considerando que 92/93% dos eleitores de Lula e Bolsonaro declararam que estão totalmente decididos em relação aos seus votos, o mundo pode até desabar, mas nada os fará mudar de opinião. Por isso, por exemplo, a campanha virulenta de Bolsonaro contra Lula não surtiu efeito até agora.

Fica muito difícil, portanto, os institutos de pesquisas captarem mudanças cruciais no pequeno universo de 7% daqueles que ainda podem mudar seus votos. Ou no universo dos brancos e nulos (5%) e indecisos (2%).

Na pesquisa do Datafolha Bolsonaro oscilou um ponto para baixo. Na do Atlas Lula cresceu um. Seriam consequências do efeito Jefferson? Difícil dizer.

Conversando com um amigo meu, de um instituo de pesquisa, ele acha que a resposta pode estar em pequenos e médios municípios, nos quais os votos sejam mais homogêneos. E citou, como exemplo, Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. “No dia da apuração vou acompanhar com mais atenção esses municípios”, disse.

O mesmo raciocínio vale para o debate. Penso que só um fato extraordinário poderá provocar grandes variações no resultado final.

Infelizmente, e só para aumentar a tensão, só no dia da eleição é que a gente vai saber se o caso Jefferson e/ou o debate causaram algum efeito.

Pode ser que as pesquisas de amanhã, sábado, sinalizem alguma coisa.

Aguardemos, pois.

Tirar voto

Se Bolsonaro não tirar voto do Lula, o que não aconteceu até agora, faltando dois dias para a eleição, o Lula ganha.

Além disso, Bolsonaro precisa que todos os brancos, nulos e indecisos sejam dados para ele, o que, convenhamos, é praticamente impossível acontecer.

Ou então que a abstenção seja muito maior do que foi no primeiro turno. 

Por isso, eles estão inventando factoides, como o caso das rádios, para ver se conseguem melar a eleição. 

Resumo: tá muito complicado pra eles.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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